Médico do TJ conscientiza sobre cuidados com a esclerose múltipla
Cerca de 35 mil brasileiros possuem a doença
O Dia Nacional de Conscientização da Esclerose Múltipla, foi comemorado no dia 30 de agosto. Em virtude da data, o Departamento de Saúde e Qualidade de Vida do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL) orienta sobre os cuidados com a doença, que é neurológica e crônica.
No Brasil, cerca de 35 mil pessoas possuem a enfermidade, sendo 4% desse número apenas em Alagoas. O médico Georges Basile Christopoulos explica que a doença é autoimune, ou seja, as células de defesa do organismo atacam o próprio sistema nervoso central, provocando lesões cerebrais e medulares.
"Embora a causa da doença ainda seja desconhecida, a esclerose múltipla tem sido foco de muitos estudos no mundo todo, o que têm possibilitado uma constante e significativa evolução na qualidade de vida dos pacientes. Os pacientes são geralmente jovens, em especial mulheres de 20 a 40 anos", esclarece.
A esclerose múltipla pode se manifestar através de diversos sintomas, como: fadiga intensa, depressão, fraqueza muscular, alteração do equilíbrio da coordenação motora, dores articulares e disfunção intestinal e da bexiga. No decorrer da doença, podem haver ainda lentidão na fala, dificuldade para engolir, problemas visuais, rigidez nos membros inferiores, dificuldade de memorizar e executar as tarefas, disfunção erétil ou diminuição da lubrificação vaginal.
O diagnóstico é feito por um neurologista, que pode encontrar evidência de múltiplas lesões no Sistema Nervoso Central ou confirmação de, ao menos, dois episódios de distúrbio neurológico em um indivíduo entre 10 e 59 anos de idade.
Tratamento
A esclerose múltipla não possui cura e os tratamentos medicamentosos buscam reduzir a atividade inflamatória e os surtos ao longo dos anos. Também é importante tratar os sintomas urinários e a fadiga.
Para reduzir a inflamação e a agressão às membranas especiais que envolvem os neurônios, diminuindo os surtos em intensidade e frequência, são usados medicamentos conhecidos como imunomoduladores. No tratamento, também são usados imunossupressores, que reduzem a atividade do sistema imunológico.
Visando tratar os surtos, são utilizadas altas doses de medicamentos e corticoides sintéticos. Para estabilizar a doença, são usados remédios conhecidos como interferóns. No Brasil, estes medicamentos são distribuídos gratuitamente pelo governo através de farmácias de dispensação de alto custo ou em centros públicos de referência do tratamento mediante relatório médico que confirme a existência da doença.
São utilizados ainda métodos neuropsicológicos, psicológicos, fisioterapia, fonoaudiologia, arteterapia e terapia ocupacional. Existem ainda terapias complementares que promovem a harmonia física e espiritual. "Esses procedimentos contribuem com o paciente no aspecto psicológico, melhorando a autoestima, autoconfiança e aceitação. Já no aspecto físico, ajuda a aliviar as dores, melhorando a força e a flexibilidade", ressalta Georges Christopoulos.
O transplante de células-tronco pode ocorrer após o tratamento de imunossupressão de altas doses com a intenção de reconstruir um novo sistema imunológico. Entretanto, esse novo sistema é frágil e possui grande risco de infecções. Também há discussões sobre seus efeitos em longos períodos. Por esse motivo, o procedimento é indicado em poucos casos.