Política

Moradora denuncia esquema de compra de voto em Major Izidoro

Em áudio, mulher diz que recebeu proposta de R$ 200 para votar em Theobaldo Cintra

Por Berg Morais 02/09/2020 07h07 - Atualizado em 02/09/2020 08h08
Moradora denuncia esquema de compra de voto em Major Izidoro
Theobaldo Cintra, pré-candidato a prefeito de Major Izidoro - Foto: Redes sociais

Áudio de uma moradora do município de Major Izidoro, no Sertão do Estado, revela um suposto esquema de compra de votos liderado pelo pré-candidato à prefeitura, Theobaldo Cintra (Progressistas). A denúncia foi recebida pelo Portal 7Segundos, via aplicativo de conversas.

Através da voz, é possível perceber que a denunciante tem idade adulta, é de origem humilde e reside na zona rural do município. Com riqueza de detalhes, ela relata os momentos em que recebeu Theobaldo Cintra e comitiva em sua casa.

“Theobaldo teve aqui numa carreata. Ele tá andando pelos sítios comprando votos. Eu digo porque chegaram aqui atrás de comprar meu voto com duzentos conto”, disse a denunciante, explicando ainda que tinha que assinar um documento e permitir ser fotografada.

“Eu tinha que assinar meu nome num caderno e ele tinha que tirar minha foto e apregar a foto dele aqui na minha parede. Eu falei não, meu senhor! Eu nem conheço ele, né?! Eu tenho ele no face porque ele mandou o convite faz tempo, desde que eu morava em São Paulo. Mas não conheço ele, não”, contou.

A mulher fez questão de destacar que é evangélica e que criticou o valor ofertado pelo pré-candidato. “Esse dinheiro aí o senhor não dá nem pra um cachaceiro. No tempo que meu marido bebia cachaça, isso aí num dava nem pra começar”. Quando questionada sobre por quanto queria vender o voto, a denunciante ironizou e deu o valor de R$ 5 mil.

De acordo com ela, Theobaldo Cintra insistiu em negociar. “Imbocaram de casa a dentro, puxaram logo as cadeiras, sentaram, e não pediram nem licença, viu meu compadre?! Aí tem um que é primo do meu marido, que tá se candidatando e ele falou quanto eu queria no meu voto. Ele pediu meu título, eu mostrei que era de Major Izidoro, tudo”. 

As negociações prosseguiram e disseram que, após a eleição, dariam o restante do dinheiro à eleitora. “Ele disse: primeiro eu dou R$ 200, a senhora assina o nome aqui nesse caderno, a gente tira a sua foto e cola o papel na sua porta e quando eu ganhar a eleição eu venho trazer os R$ 5 mil. Aí eu olhei pro primo do meu marido que tá se candidatando, que é o Demorzinho. Aí eu falei que cheguei aqui [na cidade] você sabia minha situação... pedi um caminhão d’água no verão. Você disse que em 15 dias chegava. Passou mais de mês e não chegou. Se fosse esperar por você...”, revelou.

Por fim, a denunciante disse que o voto será entregue a algum político que mereça. “Meu voto eu tenho pra dar, num é pra vender, não! Saíram tudo brabo, meu compadre. Mais brabo tá um sobrinho meu que vota neles. E eu não quero nem saber. Cada um vota individual, né compadre?! Eu disse que não ia dar meu voto a troco de pinga, não”, concluiu se dirigindo a um homem que se refere como “compadre”.

O Portal 7Segundos tentou identificar a denunciante, mas não obteve sucesso. A reportagem também entrou em contato com o vereador e pré-candidato a prefeito pelo grupo oposicionista, Theobaldo Cintra, para saber sua versão sobre a denúncia.  Até o fechamento da matéria ele não respondeu aos questionamentos.

Áudios

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