Diagnóstico e tratamento do câncer de mama caem 75% na pandemia
Campanhas do Outubro Rosa se depararam com um inimigo invisível que manteve milhões de pessoas trancadas em suas casas com medo, principalmente, de ir ao médico
O Outubro Rosa de 2020 tem um significado especial e um peso ainda maior diante da pandemia de Covid-19, que aflige a humanidade nos quatro cantos do planeta. O data é celebrada há mais de 20 anos e alerta para a prevenção ao câncer de mama e o diagnóstico precoce da doença. Porém as principais bandeiras da campanha, se depararam com um inimigo invisível que manteve milhões de pessoas trancadas em suas casas com medo, principalmente, de ir ao médico.
A importância da ida anual ao ginecologista é algo que praticamente todas as mulheres ouvem desde a adolescência, porém, um estudo feito em 2019 pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) em parceria com o Datafolha, mostrou que cerca de 5,6 milhões de mulheres não seguem esta rotina.
Durante a pandemia, esse acompanhamento foi ainda mais negligenciado. Segundo um levantamento realizado pela Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) em centros hospitalares que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) houve uma queda de 75% nos atendimentos a mulheres em rastreamento ou tratamento de câncer de mama entre março e abril, em comparação ao mesmo período de 2019.
A ginecologista membro da plataforma Doctoralia, Helena Proni Fonseca Saú, explica que não se pode descuidar da saúde em momento algum, mas mulheres acima dos 40 anos tem que redobrar a atenção. "Nessa idade, algumas doenças são mais comuns, como o câncer de mama, câncer de colo de útero e as doenças cardiovasculares. O câncer de mama, por exemplo, quando diagnosticado nos estágios iniciais, tem uma taxa de sobrevida em 5 anos entre 80 e 99%. Nos estágios mais avançados, essa porcentagem cai para 30%".