Justiça

Caso Ana Beatriz: juiz aceita denúncia e mãe de criança estuprada e assassinada virá ré

Segundo Ministério Público, negligência da mãe teria facilitado crime

Por 7Segundos 29/10/2020 18h06
Caso Ana Beatriz: juiz aceita denúncia e mãe de criança estuprada e assassinada virá ré
Ana Beatriz foi estuprada e morta por vizinhos da família em 05 de Agosto de 2020 - Foto: reprodução

A mãe da menina Ana Beatriz Rodrigues, que foi estuprada e assassinada no início de agosto, no município de Maravilha, virou ré no processo por abandono de incapaz. O juiz Leandro Castro Folly aceitou denúncia feita pelo Ministério Público que que o crime brutal aconteceu porque houve negligência por parte da mãe da criança.

O promotor Kleytionne Sousa já havia adiantado, poucas semanas após o crime, que ofereceria denúncia contra a mãe de Ana Beatriz.
Em vídeo, ele conta que a acusada estava acompanhada da filha até por volta de 3h da madrugada, na companhia de várias pessoas, entre elas o acusado de estupro e assassinato.

Conforme o promotor, a mãe não percebeu quando a criança desapareceu, provavelmente atraída pelo agressor até a casa dele, onde os crimes aconteceram. “Ela deixou a filha desassistida por tempo juridicamente relevante e incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono, o que resultou em um momento propício para o autor do fato estuprar e matar Ana Beatriz”, declarou na ocasião.

Relembre o caso


A menina Ana Beatriz, de apenas seis anos, foi estuprada e morta, por um vizinho da família, no município de Maravilha, no dia 05 de agosto.
Naquele dia, os pais perceberam pela manhã que a criança não havia passado a noite em casa e passaram a suspeitar do vizinho, que às vezes dava dinheiro para a criança comprar doces, e que era ex-presidiário.

A Polícia Militar foi acionada e ao fazer uma revista na residência do vizinho encontrou, no telhado, uma sacola de lixo que estava pingando sangue. Era o corpo da menina Ana Beatriz.
A informação se espalhou rapidamente na cidade e muitas pessoas foram para a frente da casa do acusado e chegaram a jogar pedras na residência. Foi necessário reforço policial e utilização de munição não-letal para retirar o acusado da residência e levá-lo ao xadrez em outro município, por medidas de segurança.

O crime teve grande repercussão no Sertão e a Associação AME passou a auxiliar na investigações. A entidade encontrou duas mulheres que teriam sido estupradas pelo mesmo agressor.


O acusado do crime foi denunciado por estupro de vulnerável e por homicídio duplamente qualificado, devido uso de meio cruel (asfixia) e ocultação de cadáver. Segundo o delegado que presidiu as investigações, o acusado tem perfil de psicopata.