Competência sobre o caso Flávio Bolsonaro será julgada pelo TJ-RJ na segunda
Desembargadores do Órgão Especial deverão decidir se o processo volta para a primeira instância

O presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, desembargador Claudio de Mello Tavares, determinou nesta terça-feira (19) que o processo para definir a competência do julgamento do caso que envolve o senador Flavio Bolsonaro (Republicanos-RJ) entre na pauta do Órgão Especial do tribunal na próxima segunda-feira.
Na ocasião – a primeira sessão do Órgão Especial de 2021 –, os desembargadores deverão decidir se o processo envolvendo o filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e um suposto esquema de "rachadinha" volta para a primeira instância ou continua no Órgão Especial.
O julgamento deverá esclarecer se Flávio Bolsonaro teria ou não direito a foro especial na 2ª instância do TJ já que, segundo argumentou a defesa do senador, na época dos supostos crimes Flávio era deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).
Os investigadores do Ministério Público do Rio (MPRJ), por outro lado, acreditam que há jurisprudência em tribunais superiores definindo que o foro acaba quando o mandato termina. Sendo assim, o caso poderia permanecer na 1ª instância do tribunal.
Em junho de 2020, a 3ª Câmara Criminal do TJ decidiu, por 2 votos a 1, que a investigação sobre as "rachadinhas" deveria sair da primeira instância e ser conduzida pelo Órgão Especial.
Entretanto, a decisão manteve as decisões tomadas pelo juiz de 1ª instância, Flávio Itabaiana, da 27ª Vara Criminal, que até então era o responsável pelo processo. Ainda assim, o Órgão Especial do TJ, ao assumir o caso, poderia rever o que Itabaiana decidiu.
Denunciado
Em outubro do ano passado, o senador Flávio Bolsonaro, o ex-assessor dele Fabrício Queiroz e mais 15 pessoas foram denunciados pelo Ministério Público do Rio pelos crimes de organização criminosa, peculato, lavagem de dinheiro e apropriação indébita no esquema das "rachadinhas", quando o político era deputado estadual.
Em setembro, a 33ª Vara Cível do Tribunal concedeu a liminar proibindo a Globo de divulgar informações sobre o inquérito. A Globo afirmou que a decisão judicial foi um cerceamento à liberdade de informar, uma vez que a investigação era de interesse de toda a sociedade.
Também na época, a defesa de Flávio Bolsonaro disse que estava impedida de comentar informações em segredo de Justiça, mas afirmou que o parlamentar "não cometeu qualquer irregularidade e que ele desconhece supostas operações financeiras entre ex-servidores da Alerj (Assembleia Legislativa)".
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