Arapiraca

Arapiraquenses percorrem mais de 4 mil quilômetros para assistir final da Libertadores em Montevidéu

Confira o relato dos torcedores arapiraquenses Jefferson Barbosa e Vinícius Januário, que estão na capital uruguaia

Por Erick Balbino/7Segundos 27/11/2021 08h08
Arapiraquenses percorrem mais de 4 mil quilômetros para assistir final da Libertadores em Montevidéu
Arapiraquenses percorrem mais de 4 mil quilômetros para assistir final da Libertadores em Montevidéu - Foto: Acervo Pessoal/Jefferson Barbosa

Até que ponto o amor por um time de futebol pode chegar? Para alguns torcedores arapiraquenses não há medidas. Eles rodaram mais de 4 mil quilômetros para chegar a Montevidéu, onde ocorre neste sábado (27), acontece a final da Copa Libertadores da América entre o clube carioca Flamengo e o clube paulista Palmeiras.

O jogo só acontece às 17h do sábado, mas a capital uruguaia já está tomada pelos torcedores brasileiros. Dentre eles está o médico arapiraquense Jefferson Barbosa, torcedor doente do Clube de Regatas Flamengo. Ele chegou à cidade de Punta del Leste, distante cerca de 140 quilômetros de Montevidéu, na quarta-feira (24) e contou, com exclusividade ao Portal 7Segundos, como está a emoção rubro-negra em terras uruguaias.

"A cidade está tomada por flamenguistas. E é essa atmosfera da torcida que nos motiva. Estou muito feliz e confiante na vitória do Flamengo", disse ele, que saiu de Arapiraca na terça-feira e só chegou ao Uruguai na quinta.

Mas quem pensa que essa trajetória de 4 mil quilômetros foi fácil, está muito enganado. Foram mais de 24 horas de viagem.

"Saí de Arapiraca de carro para Recife e, de lá, embarquei num voo para Porto Alegre, onde peguei uma van alugada com destino a Punta del Este. Este último trecho foi o mais demorado, a van saiu da capital do Rio Grande do Sul às 14 e chegou aqui às 3h da manhã", relatou o flamenguista.

Jefferson acompanhados de amigos em Punta del Leste

Indagado sobre o que o motivou a essa "loucura", Jefferson disse que que a vida é feita de momentos como esses.

"Resolvi escrever essa página na história da minha vida e viver de perto essa atmosfera que é a Libertadores, um campeonato que nós brasileiros valorizamos muito", concluiu ele, arriscando aí um palpite de 2x0 para o time rubro-negro.

EMOÇÃO INDESCRITÍVEL

Quem também está no Uruguai é o estudante universitário arapiraquense Vinícius Januário que viajou com o primo, João Victor, e com a namorada dele, Mirella Moura. Para ele, a emoção de percorrer os 4 mil quilômetros até Montevidéu é indescritível.

"Pra gente chegar aqui foi muito perrengue. Foram dois voos, o primeiro de Maceió a Brasília e de Brasília para Porto Alegre. Lá ainda pegamos um ônibus com a torcida do Flamengo para chegar até aqui. Foram mais de 8 horas do Rio Grande do Sul até Montevidéu", relatou Vinícius.

Vinícius Januário (à esquerda), João Victor e Mirella Moura (à direita)

Segundo ele, a viagem foi planejada quando o time ainda enfrentava as quartas de final da Copa Libertadores. A confiança no clube rubro-negro fez com que o jovem estudante "previsse" o destino da competição.

"Ainda nas quartas (de final), a gente já estava começando a procurar passagem aérea, de ônibus, hospedagem e o valor dos ingressos. Felizmente, deu tudo certo. Chegamos com antecedência e já trocamos os ingressos. Agora é só esperar, bastante ansiosos, pelo jogo", disse o torcedor, que apesar de confiar na vitória, acredita que o jogo será acirrado, mas terminará de 2 a 1 para o Flamengo.

CADÊ OS PALMEIRENSES?

O número de torcedores da Sociedade Esportiva Palmeiras na capital uruguaia é bem menor quando comparado aos flamenguistas. Tanto que, até o final desta reportagem, nenhum palmeirense de Arapiraca foi encontrado para contar seu relato.

A prova da ausência de palmeirenses no Uruguai é o número de ingressos vendidos. Até o momento, o Flamengo vendeu quase todos seus ingressos para a decisão, cerca de 95%, e para os palmeirenses ainda resta metade da carga a que o clube tem direito. 

É importante informar que cada clube tem direito a mesma cota de pouco mais de 10 mil bilhetes. As entradas destinadas aos dois finalistas - categoria 4 - são vendidas a R$ 1,1 mil.

Também é possível comprar tickets para setores neutros - categorias 2 e 3 - localizados na região central do estádio Centenário, que tem capacidade para 61 mil espectadores e deve receber ao menos 45 mil na final continental.

BUROCRACIA

Quem saiu do Brasil para assistir à partida precisou cumprir rigorosos requisitos, devido à pandemia de coronavírus, que apesar de estar amena na América Latina, ainda requer cuidados, principalmente por causa da 4ª onda que já assola alguns países da Europa.

Os torcedores só podem viajar com o ingresso, que são nominais, em mãos. Além disso, também devem apresentar comprovante de vacinação contra à Covid-19, teste PCR negativo, contratar seguro viagem com cobertura sanitária e a assinatura de uma declaração juramentada.

A orientação da aduana terrestre é que os documentos sejam impressos, o que tem causado lentidão na chegada ao Uruguai, segundo o relato de alguns torcedores.

No aeroporto, essa documentação física não é obrigatória, o que agiliza bastante todo o processo. Um funcionário do Ministério da Saúde uruguaio checa o código gerado após o preenchimento da declaração e o viajante se encaminha na sequência à cabine da imigração, por onde passam sem muita demora.