Brasil

Polícia identifica 'tiktokers' que ensinam como furtar celulares no Rio

Com a repercussão, eles revelaram se tratar de uma brincadeira.

Por G1 Rio 25/01/2022 08h08
Polícia identifica 'tiktokers' que ensinam como furtar celulares no Rio
Tiktokker simula assalto em Copacabana: era brincadeira - Foto: Reprodução

Policiais civis da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) já identificaram quem são os jovens que aparecem em um vídeo que “demonstra” como se faz para furtar um celular e que repercutiu nas redes sociais no domingo (23).

Tratam-se de Vicson Ribeiro Paulo, de 19 anos, e outros três adolescentes de 17, 15 e 14 anos, que aparecem nas imagens.

Nelas, Vicson, que postou as imagens em seu perfil no TikTok, narra um suposto furto de telefone, enquanto filma um amigo que se aproxima de outro distraído ao celular.

O jovem pega e sai correndo, com Vicson concluindo na narração:

“Levou já, menor! Esquece! É a tropa do Complexo”.

Grupo já foi ouvido na delegacia

Com a grande repercussão do caso, o grupo divulgou outro vídeo negando que seja criminoso e que tudo não passou de uma brincadeira.

Agentes da DPCA investigaram e identificaram os envolvidos, que vão responder por incitação ao crime, previsto no artigo 286 do Código Penal,.

Os quatro foram ouvidos pelo titular da especializada, delegado André Leiras, na presença dos seus responsáveis legais, e tiveram o telefone celular usado na gravação do vídeo apreendido.

'Brincadeira infeliz', diz delegado

Nele, constam diversas tentativas de gravação do mesmo vídeo, ficando comprovado que era mesmo uma simulação para publicação em rede social.

"O que me convenceu que se tratava de uma brincadeira infeliz foi que no celular tinham diversas tentativas de filmagem do suposto roubo. Além disso, são todos de famílias de bem, não têm anotação criminal , estão arrependidos e acho que aprenderam a lição", disse o delegado André Leiras que, diante da repercussão do caso, iniciou a investigação ainda no domingo (23).

"Hoje cedo (segunda, 24), todos já estavam identificados e fizemos a diligência. As famílias colaboraram, acompanharam durante o depoimento e alguns pais deram o devido puxão de orelha nos filhos sobre a tal brincadeira", disse Leiras.

Apesar do arrependimento, a incitação ao crime, mesmo sendo de menor potencial ofensivo, é crime e vai ser encaminhado ao Juizado Especial Criminal, no caso de Vicson, que é maior de idade, e à Vara de Infância e Juventude no caso dos menores.