Conheça a primeira mulher trans que concluiu a graduação de pedagogia no Sertão alagoano
Paloma Lorrany da Conceição Lima, de 42 anos é natural da cidade de Água Branca
Paloma Lorrany da Conceição Lima, de 42 anos é a primeira mulher trans a se formar em Pedagogia no Campus da Ufal Sertão, na cidade de Delmiro Gouveia.Ela começou o curso de pedagogia em 2016, finalizou todas as disciplinas em 2019, e se formou neste ano devido à pandemia da Covid-19.
Natural da cidade de Água Branca, ela se descobriu mulher trans no ano de 2017 na Universidade Federal de Alagoas, no período em que participava de um grupo de discussões no Núcleo de Pesquisas. A partir daí iniciou o processo de tramitação do nome social através do Ministério Público da Prefeitura Municipal de Água Branca para então ser destinado ao Fórum da cidade.
No dia 05 de maio de 2018 saiu o resultado do uso do nome social autorizado pelo Juiz da Comarca de Água Branca. Neste mesmo período Paloma cursava o 4° período do curso.
Mesmo com o direito do nome social alcançado, Paloma sofreu preconceito dentro da família. Durante o processo de transição, a família formada por duas irmãs e uma tia não a chamavam de Paloma e sim pelo nome usado antes da transição. Ela relata que até hoje tanto as tias, quanto as irmãs não a chamam pelo seu nome.
O preconceito e olhares nas ruas são constantes: "Vários olhares de preconceito foram lançados para mim mas não deixo me abater.Sempre encarei de cabeça erguida e sempre batalhando por dias melhores", disse.
"Ser uma mulher trans aqui no Sertão alagoano é um privilégio quando você se aceita e segue de cabeça erguida. É assim que eu me sinto e sempre procurei seguir vencendo todos os obstáculos e desafios preconceitos e quebrando barreiras e paradigmas".
Em meio ao preconceito e dificuldades que enfrenta diariamente, Paloma destaca a conquista de ter se formado em um instituição Federal:
"Ser a primeira mulher trans a se graduar em uma faculdade federal é uma conquista muito grande pois de 100% apenas 15% das trans e travestis conseguem terminar o nível superior, então sou muito grata."
Convidada pela Ufal, ela dá palestras sobre o enfrentamento à discriminação, e respeito à diversidade de gênero.
Diferentemente da maioria dos casos, Paloma diz que não sentiu tanta dificuldades em relação ao trabalho, por ter apoio do coletivo acadêmico da instituição.
Entretanto, as dificuldades no mercado de trabalho estão presentes na vida de pessoas trans, pois de acordo com os dados da Antra apenas 4% da população se encontra em empregos formais.
Expulsa de casa
No último dia 28, o dia do Orgulho LGBTQIA+, recebeu um ultimato para sair da casa dos familiares.
Ela pretende morar em Delmiro Gouveia e fez uma campanha para arrecadar utensílios e dinheiro para pagar o aluguel.
Paloma já encontrou a casa na cidade de Delmiro Gouveia, e fica próxima a pista do bairro Bom Sossego. Quem puder contribuir com qualquer quantia ou fazer doações é só entrar em contato com o número: 82 (9) 9912-5957 e pela conta:
Conta poupança Banco do Brasil: 110734-8
Agência 8142-6
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