Arapiraca deu um passo importante no combate à violência contra as mulheres com o lançamento da campanha Agosto Lilás. A solenidade aconteceu na tarde desta terça-feira (1º), na praça de alimentação do Arapiraca Shopping, durante o horário de almoço, pico de movimento no local.

Promovida pela Prefeitura de Arapiraca, por meio da Superintendência de Políticas para a Mulher, a campanha este ano tem o objetivo de debater a violência psicológica. Intitulada "O que os olhos não veem, o coração sente", o município quer divulgar este que é um dos precursores da violência física.

O mês de agosto foi escolhido para a campanha "Agosto Lilás" como forma de homenagear e relembrar a sanção da Lei Maria da Penha, um marco na legislação brasileira de combate à violência doméstica e familiar contra as mulheres. Durante todo o mês, serão promovidas ações de conscientização, palestras, debates e atividades de sensibilização para chamar a atenção da sociedade sobre a importância de erradicar a violência de gênero.

Na abertura do mês, a Prefeitura lançou um vídeo para ilustrar algumas das tantas formas de violência psicológica. Confira:

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DADOS EM ALAGOAS

Índices revelam a urgência do combate à violência contra as mulheres em Alagoas. Entre 2014 e 2017, o estado registrou 9.879 casos de violência física no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). Nesse mesmo período, foram contabilizados 2.074 casos de agressão com uso de arma de fogo e 974 estupros.

Os dados podem ser ainda maiores, tendo em vista que muitos casos acabam sendo subnotificados devido ao relacionamento entre vítima e agressor, ou por medo.

É preocupante notar que, em todas essas categorias de violência, as mulheres foram as principais vítimas. Nos casos de agressão com uso de força física, elas representaram 73% das vítimas; nos casos de estupro, essa proporção foi ainda mais assustadora, chegando a 93%. 

Em relação ao perfil dos agressores, o dado revela uma realidade ainda mais estarrecedora: em 14% dos estupros em que homens foram vítimas, os perpetradores eram familiares, e em casos de mulheres, esse índice foi de 11%.

Outro dado preocupante é a discrepância entre os homicídios de homens e mulheres. Entre 1996 e 2016, Alagoas registrou 29.697 assassinatos, sendo que as mulheres foram 6,5% das vítimas. No entanto, destas, 70% eram negras, o que evidencia a interseccionalidade entre violência de gênero e racismo estrutural. A taxa de homicídios de mulheres negras foi de 71 a cada 100 mil habitantes em 2016, a terceira maior do país.

AGOSTO LILÁS EM ARAPIRACA

Com o lançamento da campanha "Agosto Lilás" em Arapiraca, espera-se que a conscientização sobre a violência contra mulheres seja ampliada e que mais pessoas se engajem no combate a esse problema que afeta a sociedade como um todo.

“A violência doméstica ainda é um dos grandes gargalos sofridos pelo público feminino, que busca incessantemente a sua erradicação. São diversos os tipos de violência, que vai desde a física, psicológica, sexual, patrimonial e moral, e é preciso abrir os olhos da sociedade quanto a isso, com ações que mostrem o comprometimento, os valores éticos, o respeito, a cordialidade e a igualdade”, apontou a secretária Municipal de Desenvolvimento Social, Fabrícia Galindo.

As atividades acontecerão em parceria com o Tribunal de Justiça e Ministério Público do Estado de Alagoas (TJ/AL e MPE/AL) e Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Arapiraca (OAB/AL).

Desenvolvido pela Superintendência de Políticas para a Mulher, as ações irão envolver todo município, sendo elas realizadas nos nove Centros de Referência em Assistência Social (CRAS) e, também, nos demais equipamentos públicos de Arapiraca.

Confira a programação completa AQUI.