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O pai sonhava em ser médico e o filho quer se tornar uma referência na medicina como o pai

Conheça a história do pediatra Cleildo Torres e do filho, Mateus Aragão

Por Vílceia Melo 13/08/2023 08h08 - Atualizado em 13/08/2023 15h03
O pai sonhava em ser médico e o filho quer se tornar uma referência na medicina como o pai
Filho segue a mesma profissão do pai e que se tornar referência na medicina - Foto: Montagem / Arquivo pessoal

Hoje é comemorado o Dia dos Pais e o 7Segundos Arapiraca vai contar a história de um pai e de um filho, que assim como milhares de outros, seguem o ditado popular: "Filho de peixe, peixinho é". Mateus Lima Aragão, 19 anos, está cursando medicina e disse que  teve um motivo especial para ter escolhido a mesma profissão do pai. O pediatra Cleildo Torres afirmou que o sonhor de ser médico começou desde muito cedo. Nessa matéria especial vamos conhecer os caminhos percorridos por pai e pelo filho até a medicina entrar na vida deles. 

Cleildo Torres de Oliveira tem uma trajetória conhecida de muitas brasileiros: o filho de um motorista de ônibus e de uma dona de casa que teve uma vida simples e difícil do ponto de vista financeiro, mas que sonhava em fazer medicina desde criança.

"Eu nunca pensei em exercer outra profissão. Eu sempre quis ser médico. Mesmo sendo algo quase inatingível, mágico, diante da realidade em que eu vivia", relatou.


O primogênito seguindo a mesma profissão do pai 

O filho caçula da dona de casa Nilza Torres e do motorista de ônibus Cícero Farias, sempre estudou em escola pública e foi muito dedicado aos estudos - característica que seguiu durante toda a vida acadêmica - mas não foi fácil enfrentar o vestibular numa época em que houve muitas greves e não havia acesso à informação.

Aos 18 anos, já havia prestado dois vestibulares mas ainda não tinha sido aprovado. Ele chegou a trabalhar em um  escritório de uma empresa de revenda de tratores e pneus mas abandonou o emprego e decidiu persistir no sonho de infância.

"Eu tinha tanta certeza que queria ser médico que trabalhei somente um dia e meio nessa empresa e falei pro meu chefe : aqui não é o meu lugar eu quero continuar estudando em casa para cursar medicina", relatou.


Pai e filho apaixonados pelo mengão 

O jovem recebeu o apoio do chefe que disse para ele seguir o desejo do seu coração e também sempre teve o apoio dos pais e das duas irmãs, Neilda e Neilma. Cleido afirma que apesar de toda a dificuldade financeira os pais nunca o pressionaram ao   trabalho. 

"Elessempre me diziam: não deixe de atingir seus sonhos pensando nas dificuldades. Estude que a gente dá um jeito e resolve o resto. Isso foi mutio importante para eu continuar lutando pelo meu sonho", afirmou.

Nesse mesmo ano, Cleildo Torres foi aprovado no vestibular da Escola de Ciências Médicas de Alagoas - hoje Uncisal - e seguiu toda a vida acadêmica conquistando monitorias e um currículo de notas exemplar.

"No último ano da faculdade eu fiz o internato no hospital em Brasília e depois cursei a residência em pediatria e em UTI pediátrica também na Capital Federal",concluiu.

Exercendo a medicina há 26 anos, atualmente ele é o chefe da UTI neonatal do Hospital Regional de Arapiraca, servidor público estadual e municipal e sócio-proprietário da clinica ClinMais.

Sobre a escolha do filho Mateus, Cleildo afirma: 

" Eu desejo que  o meu filho seja feliz. E que ele exerça essa profissão com excelência, amor e dedicação a cada paciente" ,  finalizou.

Juntos no Maracanã para assistir ao jogo do time do coração 

Mateus conta que mesmo vivendo em um ambiente familiar mergulhado na área da sáude a certeza de cursar medicina só veio mesmo na reta final do terceiro ano do ensino médio.

"Meu pai sempre trabalhou muito. Sempre estava de plantão em hospitais, clínicas, nas UBSs e eu pensava: não quero essa correria pra minha vida. Mas ele conversa muito comigo e diz que há especialidades médicas em que eu posso ter uma qualidade de vida melhor", relatou.

Mateus está cursando o quarto período de medicina na Universidade Tiradentes (UNIT) e disse que não sabe ainda qual a área da profissão que vai seguir. Mas de uma coisa ele tem certeza: quer ser uma referência de excelência como o pai.

"Eu tenho muitos amigos que já foram pacientes do meu pai e muitas pessoas falam muito bem dele. O quanto ele é dedicado, o quanto ele faz mais para o paciente além de ser um médico competente. Eu também quero ajudar as pessoas e sentir essa gratidão delas por mim quando eu me formar em medicina", finalizou.