Defesa Civil articula força-tarefa para investigar origem de tremor de terra em Arapiraca
Serviço Geológico e Defesa Civil do Estado e de Maceió integram grupo de trabalho
Em entrevista para o programa Antena Manhã, da Rede Antena7, o coordenador da Defesa Civil de Arapiraca, Lindomar Ferreira explicou a formação de uma força-tarefa para identificar as causas do tremor de terra que assustou os moradores de Arapiraca na sexta-feira (25).
"Não é comum na nossa região um abalo dessa magnitude. O Brasil, de forma geral, ocupa um espaço territorial estável no globo terrestre e, por conta disso, esse fenômento assusta e nos faz querer buscar respostas. Precisamos investigar as causas para poder agir de forma preventiva, para evitar que posteriormente tenhamos danos maiores", explicou.
A força-tarefa, que se reuniu na manhã desta terça-feira (29), conta com a participação do Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM), da Defesa Civil do Estado e a Defesa Civil de Maceió, que possui equipamento capaz de coletar informações sobre a movimentação do solo.
Esse instrumento, que foi usado para diagnosticar o afundamento do solo no bairro Pinheiro e adjacências, deve ser instalado nas proximidades do epicentro em Arapiraca. E, a partir dele, serão feitas avaliações a cada 15 dias para verificar se há a ocorrência de movimentação do solo.
Sobre a possibilidade de o abalo sísmico ter relação com o trabalho nas minas da Mineradora Vale Verde, em Craíbas, que logo após o fenômeno divulgou nota negando qualquer responsabilidade no evento, o coordenador da Defesa Civil de Arapiraca afirmou que é ainda muito cedo para fazer qualquer afirmação a respeito.
"Seria irresponsabilidade confirmar ou descartar qualquer possibilidade neste momento. Não podemos dizer se teve ou não relação com as detonações da mineradora, até porque o acertado entre a MVV e as Defesas Civis de Craíbas e Arapiraca é de que essas detonações acontecem às quintas-feiras", disse.
Tremor de terra
O Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP) registrou tremor de terra em Arapiraca, às 16h34 de sexta-feira, 25 de agosto de 2023. O abalo, de magnitude 2.1 mR teve como epicentro uma área localizada entre a AL 115 e o residencial Brisa do Lago, no bairro Olho d'Água dos Cazuzinhas.
O tremor, no entanto, foi sentido em vários outros bairros de Arapiraca. Muitos moradores ouviram um estrondo, que algumas pessoas acharam semelhante a uma explosão e outras a uma colisão entre veículos, e segundos depois sentiram o chão tremer por alguns segundos.
De acordo com Lindomar Ferreira, apesar de a Defesa Civil ter ficado em alerta desde a confirmação do abalo sísmico, não houve registro de danos a imóveis imediatamente após o fenômeno. Mas, na noite de domingo (28), um morador da proximidade do epicentro entrou em contato com a Defesa Civil.
"Uma pessoa que entrou em contato com a gente porque acredita que seu imóvel pode ter sido danificado por conta do tremor. Já deisgnamos uma equipe para fazer vistoria no local", declarou.
O abalo sísmico registrado em Arapiraca também provocou a atualização do plano de contingência da Defesa Civil Municipal, que além de incluir protocolo de atuação em casos de inundações, deslizamentos e outros desastres naturais, vai passar a incluir também a ocorrência de fenômeno sismológico.