Os dados oficiais do Censo 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que a cidade de Campo Alegre, localizada no Agreste de Alagoas, enfrentou uma queda significativa em sua população, sendo o quinto município brasileiro com maior redução do número de habitantes.

A população de Campo Alegre, que era de 51.121 habitantes em 2010, sofreu uma queda de 37,2%, registrando apenas 32.106 moradores em 2022. Essa diminuição drástica na população tem desencadeado uma série de desafios e preocupações para a administração municipal e para a comunidade local.

O número de habitantes é um indicador fundamental para direcionar e planejar ações estratégicas para o desenvolvimento do município. Com a redução populacional, Campo Alegre deve enfrentar o desafio de repensar seu crescimento e sua capacidade de atender às necessidades de sua comunidade.

Além disso, a redução da população terá impactos diretos nos cofres públicos do município. Isso ocorre porque o número de habitantes é um critério importante para determinar a distribuição de recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Com uma população menor, Campo Alegre poderá receber menos recursos, o que pode afetar sua capacidade de investir em serviços públicos essenciais, como saúde, educação e infraestrutura.

Outro desdobramento significativo da redução populacional é a diminuição do número de cadeiras na Câmara Municipal. De acordo com a Constituição Brasileira, o número máximo de vereadores em uma cidade é determinado com base na população. Para cidades com até 15 mil habitantes, o limite é de nove vereadores. Contudo, esse limite aumenta para 55 vereadores nas cidades com mais de 8 milhões de moradores.

Apesar desses critérios constitucionais, a quantidade exata de vagas na legislatura municipal é definida pela lei orgânica de cada cidade, desde que esteja em conformidade com as normas constitucionais. Portanto, Campo Alegre terá que ajustar o número de vereadores de acordo com a sua nova realidade populacional.

QUESTIONAMENTOS AO CENSO

Além de Campo Alegre, outros 770 municípios brasileiros também tiveram quedas populacionais apontadas pelo Censo. Isso resultou em diversas contestações por parte de prefeituras Brasil afora, que descredibiliza os dados divulgados pelo IBGE.

O instituto, entretanto, reagiu às críticas, afirmando ter “seguido rigorosamente recomendações, parâmetros e protocolos” para o Censo, com acompanhamento do trabalho dos recenseados “praticamente em tempo real” para um “monitoramento contínuo da operação, que garantiu maior controle da cobertura”.

“O IBGE confrontou as coordenadas dos endereços captadas pelos recenseadores com as coordenadas de bases de dados de outras instituições, também permitindo o controle da cobertura do território, com imediatas identificação e correção de eventuais imprecisões nos trabalhos de campo”, disse o instituto no comunicado.

Ainda segundo o IBGE, um grupo de demógrafos, estatísticos e geógrafos foi reunido na sede da instituição a menos de dois meses da divulgação para a análise e apresentação dos dados. “Após três dias de discussões, e mais de um mês dedicados à análise dos dados, os profissionais se comprometeram a entregar um parecer acerca dos esforços técnicos, práticos e metodológicos empenhados pelo IBGE desde o início da coleta censitária, bem como sobre a confiabilidade dos dados”, completou.