Nove dias após atropelamento que matou PM Cibelly, noivo recebe alta do hospital
Policial militar está lotado na Companhia da PM de Batalha
Nove dias após a morte da noiva, a PM Cibelly Barboza Soares, o policial militar Gheymison Nascimento Porto recebeu alta hospitalar. O casal foi atropelado enquanto pedalava pela AL 220.
Na saída do hospital, soldado Porto, como é mais conhecido, se emocionou com as homenagens feitas pelos colegas militares.
Gheymison e Cibelly estavam noivos e praticantes de ciclismo. Na tarde de 14 de outubro, eles estavam pedalando na AL220, no sítio Bom Jardim, quando foram atingidos por trás por uma caminhonete L200.
A PM Cibelly foi socorrida pelo Samu e chegou a ser submetida à reanimação cardiopulmonar ainda no local do atropelamento, mas não resistiu aos ferimentos e morreu pouco depois, no Hospital de Emergência do Agreste. O sepultamento dela, ocorrido no dia seguinte, foi marcado pela revolta e homenagens feitos por outros ciclistas e também pelos alunos do Colégio Tiradentes, onde ela lecionava.
Soldado Porto foi socorrido para o mesmo hospital, passou por cirurgia e teve uma fratura no braço direito. Apesar de receber alta, ele continua afastado do serviço, enquanto dá continuidade ao processo de recuperação.
O autor do atropelamento foi identificado como o empresário Edson Lopes, que se apresentou à polícia após o período da prisão em flagrante. Em depoimento, ele afirmou que o casal pedalava na faixa de rolamento e que não os viu antes da colisão.
Ele negou ter consumido bebida alcóolica e alegou que não parou no local do acidente por temer represálias. Ele negou também a informação de omissão de socorro, dizendo que mandou a filha, que é enfermeira, até o local.
Apesar das alegações, na quinta-feira (19), a justiça expediu mandado de prisão temporária contra o empresário, a pedido do Ministério Público. Até o momento não há informações sobre o cumprimento.
Na manhã desta segunda (23), familiares do empresário vieram a público repudiar o vazamento de um vídeo em que mostra o momento em que Edson Lopes desce do carro e parece cambalear na frente de casa, logo após o acidente.
De acordo com a famíllia, ele sofre de hipertensão e teria passado mal no momento do atropelamento e que as imagens mostram o "reflexo do choque que ele sofreu".
Os familiares pediram orações para todos envolvidos e defenderam que o atropelamento foi uma fatalidade: "Nosso Edson é um cidadão de bem, honesto, trabalhador. Não é um assassino e não agiu de forma deliberada jogando o carro que dirigia em cima de quem quer que seja. O que ocorreu foi uma fatalidade que pode atingir qualquer pessoa que dirige um veículo", finaliza a família.