Promotor chama advogada de 'galinha' e a acusa de fazer 'striptease' em tribunal
A advogada Sarah Quinetti começou a gravar a discussão com o promotor Francisco Santiago depois de ser comparada com uma galinha garnisé
A advogada Sarah Quinetti denunciou o promotor de Justiça Francisco Santiago de tê-la chamado de "galinha garnisé" e a acusado de fazer um "striptease" durante uma sessão no Tribunal de Justiça de Minas Gerais. O caso ocorreu no último dia 26, e o julgamento precisou ser cancelado por causa do atrito entre a defesa e a promotoria.
Ao Terra, Sarah Quinetti dá detalhes sobre como a confusão começou. Ela se queixa de que o promotor teria a tratado de forma diferente durante todo o julgamento, supostamente por sua condição de mulher.
"Durante o júri, algumas vezes eu percebi, infelizmente, algumas indiferenças dele comigo e com o outro advogado, que era um homem, eu vi que em nenhuma hora ele rebatia as palavras do outro advogado, nenhuma tese do outro advogado. Somente quando eu abria a minha boca, eu era muito ali rebatida e tudo mais. Até aí, tudo bem", inicia.
Quando Sarah estava explicando sua tese de defesa, já próximo ao final dos ritos do julgamento, o promotor teria começado os insultos. "Foi quando ele me interrompeu. Ele me fez um questionamento, eu disse a ele que ele estava me atrapalhando. Aí ele falou assim: 'Você tá igual uma galinha garnisé'".
Sarah não gostou da comparação e, então, perguntou ao promotor se ele gostaria que ela trocasse de beca com o colega homem para poder ser respeitada.
"Eu estava com uma gola, manga, uma blusa social de punho rosa, uma calça que quase arrastava no chão. Não tinha nenhuma parte do meu corpo aparecendo. E aí eu peguei minha beca e falei que eu trocaria de beca com o advogado. Nesse momento ele virou e falou assim: 'Agora vai fazer striptease também no plenário'".
Risco de sanções disciplinares
O ocorrido descrito pela advogada aparece na ata da sessão. Dois advogados, Rodrigo Badaró e Rogério Varela, ingressaram com uma reclamação disciplinar sobre a atitude do promotor no Conselho Nacional do Ministério Público.
Os advogados consideram que houve "grave violação dos deveres funcionais que são impostos por Lei aos Membros do Ministério Público, demonstrando uma completa desconsideração pela dignidade da profissão advocatícia e, por extensão, pelo respeito aos direitos humanos e à igualdade de gênero".
O Ministério Público de Minas Gerais, no entanto, afirmou ao Terra que a Corregedoria-Geral, órgão local responsável por analisar eventuais representações relativas a membros da instituição, não recebeu representação que remeta à atuação do promotor de Justiça mencionado.
Sarah Quinetti esclareceu que ainda não conseguiu denunciar formalmente ela própria a situação, mas que nesta semana vai abrir um boletim de ocorrêcia sobre o caso.
O Terra não conseguiu contato com o promotor Francisco Santiago. O espaço permanece aberto para posicionamento.
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