Criança de 8 anos é resgatada após ficar à deriva em bolha inflável no litoral de SP
Criança foi devolvida aos pais sem ferimentos

Uma brincadeira que poderia ter terminado em tragédia mobilizou banhistas e autoridades na Praia do Lázaro, em Ubatuba, litoral norte de São Paulo, na última terça-feira (24). Um menino de apenas oito anos ficou à deriva no mar enquanto utilizava uma bolha inflável aquática, sendo resgatado com a ajuda de ocupantes de uma lancha.
O incidente aconteceu quando a bolha foi levada pela correnteza para uma distância superior a 200 metros da costa. Três ocupantes da lancha avistaram a criança se debatendo dentro do objeto e a puxaram de volta para a segurança antes da chegada do Grupamento de Bombeiros Marítimo (GBMar), que havia sido acionado por testemunhas. O menino foi devolvido aos pais sem ferimentos.
A capitã Karoline Burunsizian, do GBMar, destacou o risco associado a brinquedos flutuantes, como as bolhas infláveis. "Esses objetos passam uma falsa sensação de segurança, mas podem ser extremamente perigosos", afirmou. Segundo ela, qualquer dano à estrutura da bolha poderia ter causado o afundamento imediato, colocando a vida da criança em grave perigo. "A orientação é clara: evitem o uso de objetos flutuantes, como colchões infláveis, tanto no mar quanto em piscinas."
Em 2023, no Rio de Janeiro, um casal precisou ser resgatado após ficar preso em uma bolha semelhante na Praia de Copacabana. Na ocasião, o Corpo de Bombeiros alertou sobre os riscos, incluindo asfixia pelo ar limitado dentro do brinquedo e a impossibilidade de abertura do zíper pelo usuário em casos de emergência.
Além disso, os bombeiros enfatizam que objetos flutuantes, de maneira geral, contribuem para acidentes. "A cada três mortes por afogamento, uma está relacionada ao uso desses objetos", afirmou a capitã Karoline. Entre 1º de janeiro e 26 de dezembro deste ano, o GBMar registrou 101 mortes por afogamento e mais de 3.400 resgates no litoral paulista, com 70% das ocorrências envolvendo turistas da capital e da região metropolitana de São Paulo.
Com o verão e a temporada de férias em curso, espera-se que o litoral paulista receba mais de 4 milhões de visitantes até o final de janeiro de 2025, gerando uma movimentação econômica estimada em R$ 9,6 bilhões, segundo a Secretaria Estadual de Turismo e Viagens. No entanto, a alta presença de turistas aumenta os riscos de acidentes aquáticos, exigindo maior atenção de banhistas e fiscalização nas praias.
A Prefeitura de Ubatuba foi questionada sobre a regulamentação do uso das bolhas infláveis e se o objeto utilizado no incidente foi alugado ou de propriedade dos familiares da criança. Até o momento, não houve resposta.
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