Compra de produtos nostálgicos é influenciada pelas redes sociais
Pesquisa do Mission Brasil revela que a influência direta dos conteúdos digitais é um fator decisivo para o consumo de produtos vintage

De acordo com estudo do Mission Brasil, as redes sociais desempenham um papel decisivo na popularização de produtos nostálgicos. O levantamento revelou que 92,3% dos entrevistados – de um total de 400 pessoas – percebem a influência direta dos conteúdos digitais no consumo de produtos vintage.
Desses, 38,7% consideram o impacto das mídias sociais significativo, 34,6% sentem alguma influência e 19% se dizem pouco impactados. Apenas 7,62% afirmam não serem influenciados.
A pesquisa também aponta que 62% acreditam que a tecnologia é um fator decisivo para o consumo de produtos nostálgicos enquanto 38% discordam dessa afirmação.
“Millennials e Geração Z possuem motivações distintas, mas complementares, em sua relação com marcas e produtos. Enquanto os Millennials buscam significado e conexão emocional, preferindo marcas alinhadas a causas sociais e ambientais, a Geração Z valoriza autenticidade, transparência e pertencimento, o que pode auxiliar no processo de adesão à cultura retrô.”
Gabriel Lira, especialista em marketing de influência e gestor de comunidade na Metrix, braço do portal MetrópolesAinda de acordo com o especialista, as redes sociais não apenas impulsionam o consumo de produtos nostálgicos como também refletem um cenário digital profundamente enraizado no comportamento das novas gerações.
“Segundo o IBGE, mais de 50% da população brasileira tem menos de 40 anos, o que faz com que Millennials e Geração Z dominem o consumo de mídia digital”, pontua. “De acordo com a YouGov Profiles Brasil, as redes sociais são a mídia mais consumida entre todas as faixas etárias. Além disso, o Brasil é o terceiro maior consumidor de redes sociais do mundo (Comscore) e, segundo a Proxyrack, o tempo médio de tela por pessoa chega a 9 horas e 32 minutos diários, evidenciando a forte imersão digital dos brasileiros.”
Segundo Julio Bastos, CCO do Mission Brasil, plataformas como Instagram, TikTok e YouTube são motores poderosos na disseminação dessas tendências de consumo, ainda mais se tratando de artigos saudosos.
“Essas redes são projetadas para destacar conteúdos virais, logo, como a nostalgia e tendências do passado estão em alta, o algoritmo dessas redes sociais acaba ‘recomendando’ tais conteúdos, criando uma espiral em que o que já foi popular no passado acaba retomado de forma amplificada.”
Julio Bastos, CCO do Mission BrasilMillennials e Geração Z
A pesquisa destaca que a maioria dos consumidores de itens nostálgicos pertence às gerações Y (millennials, nascidos entre 1981 e 1996) e Z (nascidos entre 1997 e 2012), representando 50% e 43% do público, respectivamente.
“Hoje, qualquer pessoa pode revisitar ou até reimaginar um estilo, uma música ou uma estética dos anos 90 e 2000, por exemplo. Isso faz com que as marcas estejam especialmente atentas a esses padrões de consumo e como trazer a tona tendências, e até produtos de tais períodos, que possam despertar o interesse do consumidor”, destaca.
Nostalgia e consumo
Os dados também revelam que a influência das redes sociais sobre o consumo de itens nostálgicos reflete diretamente nas escolhas dos consumidores.
Videogames aparecem no topo da lista de produtos vintage mais adquiridos, com 25% das respostas, seguidos por roupas (22%), alimentos e bebidas (17%), doces e chocolates (10%) e jogos de tabuleiro e brinquedos (8,5%).
Calçados e celulares aparecem com 4% das indicações cada, já revistas/livros e maquiagens vêm logo após com cerca de 3% e 2,5% respectivamente. Por fim, câmeras fotográficas (2%), bolsas (1%) e óculos (1%) finalizam a lista.
Além das categorias mais consumidas, o levantamento indica que o design dos produtos é o fator mais atraente para quem busca itens nostálgicos, citado por mais de 35% dos entrevistados.
A história da marca também pesa na decisão de compra, com 24% das menções, enquanto a funcionalidade e a exclusividade aparecem como fatores relevantes para 23% e 15% dos consumidores, respectivamente. Outros motivos não especificados são citados por quase 2% das pessoas.
Conexão emocional
O estudo revela que a principal motivação para o consumo de produtos vintage está ligada à memória afetiva. A ligação a uma memória feliz lidera o ranking das motivações, citada por 42% dos respondentes.
Em seguida, vem o vínculo emocional com a marca, com 22,9%, e a sensação de conforto e proximidade, mencionado por 20% dos participantes. Já 7,62% alegaram que buscam se manter antenados a uma tendência enquanto 6,9% disseram que o principal fator é o sentimento de pertencimento a um grupo ou período.
O marketing de nostalgia, por mais que seja alimentado pela digitalização, é movido especialmente pelo desejo de conexão emocional com experiências que marcaram gerações.
As marcas que compreendem esse movimento e incorporam elementos nostálgicos de forma autêntica conseguem criar produtos e campanhas altamente engajadas nos dias de hoje.
Gabriel Lira, da Metrix, destaca que a identificação com criadores e influenciadores transforma o consumo em uma experiência engajadora, desempenhando um papel essencial. Ao criarem narrativas que evocam memória afetiva, eles estabelecem uma conexão poderosa com as audiências, gerando confiança e pertencimento.
A Creator Economy não apenas acompanha as tendências nostálgicas, mas também as impulsiona, ampliando o impacto da influência digital nos mercados de varejo, design, moda e, entre outros, na adoção de produtos nostálgicos.
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