Alagoano fuzilado por policiais militares em SP era de Craíbas e sonhava em ser jogador de futebol
Irmã da vítima desabafou em vídeo:
A dor pela perda de um irmão e o clamor por Justiça marcaram o emocionante depoimento de Micaele de Souza, irmã de Jeferson de Souza, alagoano executado durante uma abordagem policial em São Paulo, no dia 13 de junho deste ano.
Em vídeo enviado à TV Pajuçara, Micaele compartilhou lembranças da vida do irmão, os sonhos interrompidos e a difícil trajetória que culminou em sua morte.
Jeferson tinha 24 anos, era natural de Craíbas, no Agreste de Alagoas, e se mudou para a capital paulista em busca de oportunidades após enfrentar duras perdas familiares. “Minha mãe faleceu em 2019, vítima de um câncer, e o pai dele foi assassinado. Depois disso, ele decidiu ir embora para São Paulo tentando uma vida melhor, porque no interior as chances eram mínimas”, relembrou a irmã, ainda abalada.
Segundo Micaele, Jeferson era um jovem carismático e prestativo, que sonhava em se tornar jogador de futebol. Chegou a trabalhar em pizzarias na nova cidade, mas acabou se envolvendo com drogas e entrou em situação de rua. A morte recente da avó e a ausência de rede de apoio agravaram seu estado emocional. “Creio que ele não teve estrutura psicológica para suportar tudo. Ainda assim, jamais imaginei que ele teria um fim tão cruel, por mãos de quem deveria protegê-lo”, desabafou.
O crime que tirou a vida de Jeferson chocou o país. Imagens de câmeras corporais desmentiram a versão inicial apresentada pelos dois policiais da Força Tática envolvidos – um tenente e um soldado – que alegaram legítima defesa. Os vídeos, no entanto, mostram que Jeferson estava desarmado, com as mãos para trás e em posição de submissão quando foi atingido por três disparos de fuzil.
“Se meu irmão devia alguma coisa à Justiça, que tivessem prendido. Mas tiraram a vida dele covardemente. Espero que a Justiça seja feita. Não parem por aqui. Isso não pode se repetir com mais ninguém”, afirmou Micaele, em tom de apelo.
Atualmente, os dois policiais estão presos preventivamente no Presídio Militar Romão Gomes, acusados de homicídio doloso, falsidade ideológica e obstrução de Justiça. O Ministério Público considerou o assassinato como praticado com motivo torpe e com desprezo absoluto pela condição da vítima, que vivia em situação de extrema vulnerabilidade social.
A Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo classificou o episódio como “vergonhoso e inaceitável”, e a Corregedoria da Polícia Militar segue investigando os desdobramentos do caso.
Enquanto o processo avança, Micaele se agarra à memória do irmão e à esperança de que sua morte não seja em vão. “Quero Justiça. Não só por ele, mas por todos os que sofrem calados, sem voz. Que meu irmão seja o último.”
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