Cantor Jão abre guerra com Universal: gravadora quer 30% de receita dele
Jão está sofrendo um processo limitante com a Universal Music, que pede 30% de todos os seus ganhos em shows e publicidade

Na melancolia apaixonada de suas letras, o cantor Jão conquistou uma legião de fãs que endeusam a poesia angustiante que ele produz. Como um millennial que se preze, o cantor iniciou sua carreira de forma independente, tendo a internet como principal aliada.
Com um pouco mais de 3 anos de carreira coleciona mais de 200 milhões de visualizações no YouTube e 1 milhão de ouvintes mensais no Spotify. Ainda que a soberania das grandes gravadoras tenha chegado ao fim com a o avanço das plataformas de streaming, o cantor, assim como outros artistas, recorrem a elas na promessa de mais investimento — afinal, elas ainda detém o poder financeiro.
Mas, segundo informações enviadas a esta coluna desde o ano passado, Jão está sofrendo um processo limitante com a Universal Music, que pede 30% de todos os seus ganhos em shows e publicidade em troca de uma suposta prioridade dentro da gravadora — a percentagem padrão é de 10%. A empresa nega, afirmando que os contratos são sigilosos.
A jogada da Universal coloca não só o cantor como todos os artistas que são do casting e os novos talentos em uma situação de vulnerabilidade: ou aceitam e ganham a suposta preferência ou podem acabar marginalizados dentro dos programas de marketing e investimentos.
Fatia
Ainda de acordo com fontes, a gravadora pede essa expansão via GTS, que é uma empresa da própria Universal, que realiza agenciamento artístico. Além da fatia referente aos shows e publicidades, há ainda o valor dos royalties artísticos — percentual que o artista recebe pela distribuição das suas músicas —, dos quais os artistas ficam com, aproximadamente, 15 a 25% (padrão mundial) e a gravadora com 85%.
Apesar de ser um nome de muito sucesso no cenário pop, a gravadora não aceita que Jão negue-se a cantar ritmos do momento ou reclama que ele não assume uma agenda de shows padrão, com muitas datas e baixa qualidade de espetáculo.
Jão “bate o pé” e diz que não abre mão. A gravadora, por sua vez, em uma tentativa de persuadir o artista, tem o colado na lanterna dentro da escala prioridades. Vale lembrar que, com um casting vasto, é uma prática comum dentro desse mercado escolher como, quando e em quem investir. E, neste caso, ganha destaque quem cede mais.
Enquanto isso, a gravadora luta contra o trabalho de Jão para forçá-lo a aceitar o novo acordo. Desde o seu último álbum, essa situação se arrasta. Lobos foi um sucesso porque ganhou destaque e investimento. Já em Anti-Herói, essa imposição da Universal Music já existia e seus clipes quase não tiveram investimento: o projeto saiu sem nenhum apoio de marketing e promoção.
Em sua apresentação no Prêmio Multishow, na qual homenageou Cazuza, Jão também enfrentou dificuldades por parte da Universal. Assim como o eterno exagerado, Jão não subestima a própria arte nem o público mas, ao que consta, as gravadoras ainda insistem em tentar calar a voz dele.
Veja também
Últimas notícias
Homem é detido em operação policial no município de Delmiro Gouveia

Idoso arapiraquense internado em Maceió devido um câncer de pulmão, necessita de doação de sangue urgente

Moradores do bairro Bom Parto fazem protesto em decorrência da falta de água na região

Casal trabalha para restabelecer abastecimento de água para Pão de Açúcar

Dnit vai desligar radar que multou motoristas no acesso ao campus da Ufal

Casal efetua manutenção em conjunto motobomba que abastece Pariconha
Vídeos e noticias mais lidas

Alvo da PF por desvio de recursos da merenda, ex-primeira dama concede entrevista como ‘especialista’ em educação

12 mil professores devem receber rateio do Fundeb nesta sexta-feira

Filho de vereador é suspeito de executar jovem durante festa na zona rural de Batalha

Marido e mulher são executados durante caminhada, em Limoeiro de Anadia
