Covid-19 retorna em documentário O Ano Em Que o Frevo Não Foi Pra Rua
Documentário rodado no ápice da pandemia mostra a saudade causada pelas ruas vazias de Pernambuco
Qual será a vontade do espectador de retornar ao auge macabro da pandemia de coronavirus? Se o cidadão comum já ficou entristecido de ficar em casa, resguardado, sem poder se congregar com outros seres humanos, imagine aqueles que tanto dependem do folião. Pois a existência do Carnaval transcende o mero acontecimento anual, sendo responsável não só pela grande movimentação econômica das cidades de Recife e Olinda, mas também do estado emocional e espiritual daqueles que o realizam.
O documentário O Ano Em Que o Frevo Não Foi Pra Rua, de Mariana Soares e Bruno Mazzoco, foi filmado nos anos pandêmicos, registrando em tempo real a tristeza agridoce de quem faz a festa. Pois se a festa foi cancelada devido a uma crise de saúde, fica difícil argumentar o contraponto, que as ruas devem receber as multidões, custe o que custar.
Existe, portanto, um grande vazio na alma desta história. O vazio que deixa saudade, o vazio que deixa seus personagens sem rumo. Isso já está presente na proposta fotográfica do filme: uma estória sobre o Carnaval em preto e branco.
O filme é mais forte quando estabelece a força cultural dos personagens vividos pelos participantes do documentário. Em uma herança cultural, Márcio Bastos se maqueia e fantasia como o “Velho do Cariri”, representado à moda de Antonio Conselheiro, montado em um burro para descer as ruas de Olinda.
Fernando Zacarias é o porta-estandarte do Galo da Madrugada e Lúcio Vieira da Silva é maestro da Orquestra Henrique Dias. Uma participação interessante é de Carlos da Burra, que veste e incorpora o quase-mítico Homem da Meia Noite. Contracenando com seu boneco, ambos com máscara N-95 e sem máscara, desfilando no meio da chuva em uma rua vazia–estas imagens ficarão na mente do espectador.
Considerando que o Homem da Meia Noite é o grande responsável por declarar aberta a festividade do Carnaval, sua reemergência, a cores, no Carnaval de 2023, pós pandemia, é o sinal de que o carnaval Pernambucano voltou numa explosão de canto, entalado na garganta. Não se trata de um spoiler dizer que a festa sobreviveu ao vírus, mas em um momento tocante, descobrimos que nem todos os participantes do filme estavam lá para tocar e curtir. É por eles e por todos os outros que sempre vale a pena festejar.
O longa estreou no Cine PE e chega em breve aos cinemas.
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