Nova liga do futebol brasileiro repercute no exterior, e clubes falam em "basta" na subordinação à CBF
Clubes querem organizar competição sem a participação direta da CBF
A possível nova liga do futebol brasileiro já deixou de ser um assunto "interno". O desejo dos clubes em tirar da Confederação Brasileira de Futebol a organização das duas principais divisões do país já repercute no exterior.
O portal Sports Pro dá grande destaque a este fato, citando a possibilidade de as equipes "se distanciarem das estruturas da CBF" e citando, até mesmo, a fala de alguns dirigentes. Um "já basta" do presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, é frisado. O texto ainda resume todas as ações feitas até o momento e acusa a entidade que, no momento, controla o esporte no país, de priorizar a seleção e deixar os campeonatos em segundo plano - por dinheiro, obviamente.
Na visão de Landim, entrevistado pelo New York Times, os escândalos envolvendo Rogério Caboclo, presidente afastado da CBF, ajudaram os clubes a pensar no "basta" e em se organizar. Segundo ele, a liga pode ajudar, também, a reter talentos no país. “O que acontece é que os melhores jogadores de futebol jogam aqui até os 18 ou 19 anos e, depois, aos 32, quando estão se aproximando da aposentadoria. Isso é muito ruim e é o que realmente me faz pensar que precisamos fazer algo melhor", acrescentou.
A matéria lembra, porém, que o poder de voto das equipes dentro da CBF é praticamente nulo, e que toda uma estrutura precisaria ser "rompida", com as federações locais aceitando perder poder. "Não queremos uma ruptura. Queremos trabalhar ao lado deles", frisou o mandatário do São Paulo, Julio Casares.
E, neste cenário, as instituições esportivas precisarão estar minimamente organizadas para receberem os tão projetados novos investimentos. “Tudo isso deve ser acompanhado por uma mudança cultural, melhor gestão dentro dos clubes e regras mais fortes de governança", completou o presidente do Grêmio, Romildo Bolzan Júnior.