Torcida pressiona, mas Abel Braga mantém respaldo e quer seguir no Fluminense
Flu faz campanha ruim na sulamericana
Com altas expectativas no início da temporada, o Fluminense vem decepcionando o torcedor com as más atuações, especialmente nas últimas partidas. Algo que ajuda a mostrar como tem sido de altos e baixos o 2022 do time é a relação com o técnico Abel Braga. Criticado no início, ele recebeu um voto de confiança com o título do Campeonato Carioca, mas começa a ser cada vez mais pressionado. No entanto, neste momento a tendência é que não haja mudanças no comando do Flu.
Mesmo com o mau momento, o treinador não chegou a manifestar uma vontade de deixar o clube agora. Pelo lado da diretoria também não há a intenção de troca no comando técnico. Internamente ainda se valoriza a capacidade de Abel de gerir o elenco e ajudar a blindar os jogadores, além, claro, da importância do título carioca que incluiu a sequência de 12 vitórias.
E ainda há outro fator relevante: a relação com os jogadores. Publicamente, Fred, Fábio e Paulo Henrique Ganso, três líderes do elenco, já expressaram que vão se fechar para apoiar Abel. Há também uma cobrança interna no elenco para que o treinador não carregue sozinho o peso das atuações ruins, já que ele sempre se expõe nos bons e maus resultados.
- Não cria, evoluiu hoje a parte de trás, que vinha sofrendo gols. Era raro antes. hoje não sofreu. Os jogadores tentaram. Não vamos colocar a culpa no pênalti que não entrou, porque teve uma oportunidade clara com o Marlon no primeiro tempo e depois outra com o Cano. É muito pouco. Agora é dentro do vestiário. Isso (sobre deixar o cargo) tem que perguntar para o presidente. Estou em um clube que eu amo, adoro. Se eu não me sentir feliz... não estou mais querendo me conhecer, não preciso disso. Já conheço muito a vida. O que eu quero mais nesse momento é ser feliz - afirmou o treinador após o empate na Sul-Americana.
Vale lembrar que Abel Braga foi quem pediu para deixar o Fluminense em 2018, na última passagem pelo clube. Naquele momento, porém, pesou a saída de alguns nomes importantes no futebol, promessas não cumpridas, além do ambiente pesado com salários atrasados e da instabilidade política que Pedro Abad, presidente da época, passava.
O cenário, claro, pode mudar. O Fluminense tem uma sequência importante de partidas pela frente na temporada, incluindo três rodadas da Sul-Americana, sendo o Junior Barranquilla (COL) em casa, Unión Santa Fe (ARG) e Oriente Petrolero (BOL) fora. No Brasileirão, o Tricolor viaja para encarar Coritiba e Palmeiras e até o final do mês ainda vai até Fortaleza para pegar o Leão. No Rio de Janeiro terá Athletico e Flamengo. Ainda há a definição da Copa do Brasil com o Vila Nova em Goiânia. O Flu tem uma vantagem simples após a virada por 3 a 2 em solo carioca.
- Acho que para abalar o Abel, pela história de carreira e de vida, é impossível. Esse cara é uma muralha. Temos muito orgulho internamente. O que nós temos obrigação de fazer, como proteger os mais novos, é proteger todo mundo. Nosso time jogando nada, o Abel sempre vai lá e põe a cara. Chegou a hora da gente colocar a cara, blindar, proteger. Vamos fazer isso internamente. (...) Foi um cara que conseguiu trazer um título para nós depois de dez anos. Por estar na frente é um cara que sempre vai sofrer esses protestos, mas também conheço nossa torcida, sei que tem carinho por todo mundo. Vamos nos fechar primeiro em campo para depois fechar com a torcida de volta - afirmou Fred após a derrota para o Internacional.
Na atual temporada, o Fluminense de Abel Braga soma 26 jogos, com 17 vitórias, quatro empates e cinco derrotas. São 35 gols marcados e 15 sofridos. No meio dessa maratona, um título do Campeonato Carioca, a eliminação na terceira fase da Libertadores e um início ainda sem vitória em casa no Brasileirão.