Diniz vê resultado 'cruel' em eliminação do Fluminense e defende opção por Wellington
Tricolor acabou caindo diante do Timão na Arena Corinthians
O Fluminense perdeu para o Corinthians por 3 a 0 na Neo Química Arena e está eliminado na semifinal da Copa do Brasil. Em entrevista coletiva após o confronto nesta quinta-feira, o técnico Fernando Diniz afirmou que o resultado não foi justo pelo que aconteceu ao longo do jogo.
Renato Augusto abriu o placar no primeiro tempo após lançamento errado de Fábio, Giuliano matou o placar com um gol aos 46 do segundo tempo. Ainda nos acréscimos, Felipe Melo marcou contra.
- Para falar do jogo de hoje temos que falar da partida do Maracanã. Fomos muito superiores, tivemos a chance de abrir uma vantagem boa. Estava 2 a 1 e estávamos perto de fazer o terceiro, mas cedemos o empate. Foi um lance que a gente acabou entregando bolas que dificilmente erramos. O jogo foi equilibrado aqui, o Corinthians teve méritos, jogou bem. Mas jogamos bem a maior parte do jogo, no segundo tempo voltamos pressionando muito. Um número grande de escanteios, chegadas no último terço. Eles souberam se defender e travar a maioria dos chutes - analisou.
- O resultado de 3 a 0 não demonstra de maneira nenhuma o que foi a partida. Foi muito cruel o resultado final. Mas o Corinthians teve mérito e isso vai de aproveitar as chances. Fizeram uma partida muito boa e equilibrada, principalmente no aspecto defensivo. Passou com justiça. O árbitro também fez uma partida muito boa, deixou o jogo correr, não teve interferência - completou.
Sem André, suspenso, e Nonato, vendido pelo Internacional ao Ludogorets, da Bulgária, no final da janela de transferências, Diniz montou o time com Wellington e Martinelli no meio-campo. O primeiro é um dos principais alvos da torcida ao longo da temporada e não deu o combate na jogada do primeiro gol. O volante acabou substituído no intervalo para a entrada de Nathan.
- É uma explicação meio óbvia. Achei que eles são os melhores. São jogadores que treinam muito juntos no time de reservas. O Wellington é um jogador da posição, acostumado, conhece. Já falei mais de uma vez que acho excelente jogador. O Martinelli a posição de origem dele é essa. Podia ter saído jogando com Martinelli e Yago, Wellington e Yago, mas achei que foi a dupla que mais encaixou. Não acho que foi um erro e aí vamos analisar isso porque levamos o gol no primeiro tempo e eu já fiz a mexida. A equipe não jogou mal o primeiro tempo. Quando levamos o gol talvez fosse nosso melhor momento. Por conta de um pré-conceito que já tem sobre um jogador, talvez temos que nos justificar em cima disso. Não me arrependo de ter iniciado com essa dupla - disse.
O Corinthians agora decide o título da Copa do Brasil contra o Flamengo, que é o próximo adversário do Fluminense neste domingo, às 16h, pelo Campeonato Brasileiro. A queda atrapalha também nas finanças do Tricolor, que é o quarto colocado no torneio nacional e agora busca a vaga na Libertadores.
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DESFALQUES
Não acho que faltou elenco. Gosto do nosso elenco. Estou aqui há quatro meses, o Nonato era titular há dois meses. Foi um time que se encontrou. Tivemos a perda do Luiz Henrique, já entrou o Matheus Martins. Foi um time que começou a jogar junto e se reconhecer com as capacidades dentro do campo. Os jogadores que entraram são ótimos, já falei mais de uma vez que é um elenco bem montado, que me agrada. Muitos jogadores que estão aqui eu já pedi contratação em outros clubes. Não foi falta de elenco. Hoje foi um jogo diferente do que foi o do Rio de Janeiro. Mesmo que tivéssemos os mesmos atletas, seria difícil.
JUNTAR OS CACOS
Vamos ter ânimo. O Fla-Flu por si só já anima qualquer pessoa do Fluminense e o torcedor. Sair com a cabeça erguida. O time lutou, teve coragem para enfrentar o Corinthians o tempo todo, quis jogar, tentou. Não tem por que recolher cacos. Estamos machucados pela eliminação, mas vida que segue e estamos prontos para fazer nosso melhor no domingo e na sequência do Brasileiro.
SOFRER GOLS
É uma coisa que estamos tentando melhorar. Se pegar o gol do Corinthians, o primeiro foi de fora da área na qualidade do Renato Augusto, desvia no Manoel e a bola entra. Chutes como esse nós tivemos mais de um e não entrou. É difícil fazer uma análise do motivo de sofrer tantos gols. No meu início aqui nós estávamos tomando muito pouco gol, produzindo menos. Agora estamos em busca do equilíbrio. O segundo gol que levamos no Maracanã nós rifamos a bola, não tentamos sair jogando, tínhamos gente para jogar. O Corinthians pegou, criou o ataque e levamos o gol. O gol que fizemos, o segundo gol contra o Fortaleza, o Galhardo chutou uma bola para frente, dominamos e marcamos. Esse negócio de a gente ficar avaliando o que é arriscado ou não, se pegarmos os gols que marcamos saindo jogando ou os que levamos de bola longa, é algo a se pensar. No primeiro gol fizemos uma bola longa, demoramos a tirar o time de trás, perdemos a disputa de segunda bola, teve a qualidade do Renato Augusto e o desvio no Manoel. No segundo e terceiro, já estávamos com a estrutura muito mexida e isso tem a ver com as mudanças que fizemos para tentar o empate.
QUEDA DE RENDIMENTO
O que aconteceu no São Paulo não tem uma transferência direta para o Fluminense. São momentos muito diferentes, lá teve uma ruptura da diretoria, tinha uma harmonia. Tem muita coisa diferente. O que tem a ver com o São Paulo é que chegamos na primeira perna das duas semifinais tivemos o jogo para vir com a vantagem. A similaridade termina aí.
AUSÊNCIA DE ANDRÉ E NONATO
Em relação ao Felipe Melo, ele é um cara que se dedica ao máximo para jogar em alto nível. Na entrada dele, o Corinthians estava dando contra-ataque mesmo. Uma das coisas para evitar isso é melhorar na saída e o Felipe não entrou mal no jogo tecnicamente. Ele deu volume de passe, chegamos no último terço com mais facilidade e com chances de empatar. Levamos o segundo gol, que desmontou, não foi de contra-ataque. O Nathan já estava de lateral, o Ganso de segundo volante porque tínhamos colocado o time muito para frente. Acabamos levando o gol. Não dá para pontuar em cima do Felipe Melo. Ele entrou para dar mais qualidade na saída porque é extremamente técnico e fez isso. É um risco. O time teve coragem. Foi cruel o 3 a 0 pelo que aconteceu, não diz o que foi o jogo. O "se" não existe, mas e se a bola do Arias entra. A entrada do Felipe Melo, embora tenha dores, ele consegue ajudar. Tem qualidade para ajudar, tem muito jogo, inteligência, imposição. Ele entrou bem, teve a infelicidade, algo que acontece, uma certa crueldade do futebol. Mas é um jogador que eu gosto, confio, já falei que é de outra prateleira, um cara que está sempre nos ensinando alguma coisa com perseverança, coragem, entusiasmo.