A Seleção Brasileira inicia um novo ciclo nesta sexta-feira (8). Além da estreia nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026, o duelo diante da Bolívia, às 21h45, no Mangueirão, será o primeiro jogo de Fernando Diniz no comando da Amarelinha. Com aprovação de líderes do grupo e com alta expectativa dos torcedores, o treinador deve trazer um impacto psicológico imediato, mas é preciso calma nas questões táticas.

Durante a semana de preparação para a partida, três jogadores líderes do elenco falaram em entrevista coletiva e não foram poupados de falar sobre Diniz. Porém, não houve problema, pois Danilo, Casemiro e Neymar distribuíram elogios ao novo comandante. Todos eles viram o trabalho do técnico de longe ou ouviram relatos de quem já teve essa experiência, mas deram o aval para a CBF apostar nessa novidade.

– Diniz é um cara que faz um trabalho completamente diferente de tudo que já presenciei. É outro tipo de futebol. Tem mentalidade diferente do que já tive. A maioria dos treinadores que tive fazia quase as mesmas coisas. Ele gosta de reinventar o futebol, de te dar opções. É um cara muito interessante - relatou Ney.

Mas eles sabem que o impacto tático de Diniz não deve ser sentido de forma tão significativa nesta primeira Data Fifa. Por ser um estilo que requer tempo de adaptação, entrosamento e vivência, precisa de mais tempo do que os três dias de treinamento em Belém (PA). Danilo, inclusive, foi bem claro quanto à diferença em relação ao trabalho de Tite.

- Ele (Diniz) tem razão quando diz que é difícil implementar uma ideia de jogo em tão pouco tempo e diferente do habitual. É um jogo de movimentação diferente do jogo mais posicional que estávamos acostumados aqui na seleção e na maioria dos clubes. Depende da disponibilidade e paciência para entender que não acontece do dia para a noite, paciência do externo.

O lateral da Juventus é um dos principais líderes desse grupo de jogadores, portanto sua voz é uma que carrega muito provavelmente as outras 22 que estão presentes nesta convocação. Por isso, também é importante atentar para o que ele disse em relação ao aspecto mental, uma vez que esse sim deve impactar imediatamente no jogo da Seleção.

- O que mais gostei foi o que ele falou que gostaria que os seres humanos se sintam bem. É mais difícil quando os seres humanos não estão confortáveis. O Diniz é muito inteligente e certamente é alguém que vai ajudar muito nessa parte mental. Faremos de tudo para que ele se sinta o melhor possível para fazer um grande trabalho.

- Ele me perguntou o que achava do jogo dele, e eu falei: "Achei muito diferente". A gente conversa, eu, Casemiro, Marquinhos. Falei que era muito diferente, mas muito prazeroso, de chegar na Seleção depois de 13 anos e colocar um estilo completamente diferente, que você nunca fez. Vai ser muito importante para a Seleção, para nós, jogadores, aprender uma coisa nova - completou Neymar.

Por essas e outras, o impacto Diniz no aspecto psicológico é praticamente inevitável, pois os atletas estão claramente curiosos e dispostos a encarar essa novidade. Pode ser que no jogo em si a execução ainda não seja aquela esperada por quem conhece o trabalho do treinador, mas na cabeça de cada jogador do grupo certamente já está incutida a intenção de fazer tudo isso dar certo.