Futebol

Reunião do Conselho Deliberativo abre novo capítulo em briga política no Flamengo

Evento é caótico, tem confusão generalizada, 'virada de mesa' e votação suspensa

Por Lance! 15/09/2023 10h10
Reunião do Conselho Deliberativo abre novo capítulo em briga política no Flamengo
Rodolfo Landim, presidente do Flamengo (Ricardo Moraes/Reuters) - Foto: Divulgação

As eleições presidenciais do Flamengo serão realizadas apenas em meados de 2024, mas a briga política que assola os corredores da Gávea ganhou um novo capítulo. No dia 14 de setembro, o Conselho Deliberativo do clube se reuniu para votar três emendas, e a sessão terminou com confusão, virada de mesa e votação anulada.

A princípio, tudo fluiu bem. O conselho aprovou a emenda que obrigava a apresentação do planejamento orçamentário para todo o triênio, e rejeitou a extensão do mandato presidencial de três para quatro anos. Na hora em que foi aberta a votação da possibilidade de pessoas com cargos eletivos se candidatarem, começou o problema.

A proposta foi rejeitada por ampla maioria, mas apoiadores de Rodolfo Landim não aceitaram e pediram a recontagem dos votos. A confusão foi instaurada e logo se generalizou. O presidente, que havia declarado o resultado, voltou atrás da decisão, e em uma virada de mesa, a votação foi anulada.

POLÍTICA INTERNA FERVE

A movimentação dos bastidores para a tentativa de aprovação da emenda que estenderia os mandatos de três para quatro anos, é uma prévia da eleição 2024. A polêmica gira em torno, principalmente, de uma possível futura movimentação vista como "golpe". Internamente, conselheiros entendem que a aceitação poderia gerar a tentativa de uma nova mudança estatutária, de modo a favorecer a permanência de Rodolfo Landim por mais um ano no cargo.

Nesse caso, entende-se que haveria tempo para a situação se mobilizar e tentar fazer de Rodrigo Dunshee, sucessor de Landim e hoje vice-presidente geral e jurídico do Flamengo, o futuro mandatário.

No meio dessa mobilização, entra uma outra figura essencial na política rubro-negra: Luiz Eduardo Baptista. Antes aliado de Landim, BAP 'rompeu' com o presidente, em resumo, porque não seria o seu sucessor. Com forte presença nos corredores da Gávea, Luiz Eduardo conseguiu apoiadores e juntou forças para barrar a emenda de extensão de mandato presidencial.

De um lado, Rodolfo Landim e Rodrigo Dunshee, de outro, Luiz Eduardo Baptista. Alguém precisaria ser o mediador do conflito, e é ai que entra Antonio Alcides, presidente do Conselho Deliberativo. Apoiador da chapa roxa, que elegeu Landim em 2019, Alcides é essencial para as movimentações internas, visto que também tem boa relação com BAP e poderia ser determinante no futuro político rubro-negro.

A POLÊMICA EMENDA DOS CARGOS ELETIVOS

Em meio à emenda da extensão de mandato, outra movimentação foi feita internamente: a tentativa de aprovação da proposta de proibir pessoas com cargos eletivos de se candidatem. A ideia era impedir que políticos formassem chapas. Um exemplo perfeito é Eduardo Bandeira de Mello, ex-presidente do Flamengo e hoje deputado federal. Caso aceita, a medida poderia impedir um possível retorno de EBM ao comando do Fla.

Por outro lado, se Bandeira de Mello seria diretamente afetado pela emenda, nada aconteceria com Marcos Braz. O hoje vice-presidente de futebol do Flamengo é vereador em exercício do Rio de Janeiro e se divide entre o comando da pasta no Rubro-Negro e os compromissos oficiais pela cidade. O VP é inimigo declarado de Luiz Eduardo Baptista e poderia exercer papel importante no futuro das eleições.

ELEIÇÕES 2024:

Além das já citadas emendas, outros assuntos polêmico acompanham a movimentada política rubro-negra. Isso porque, caso o que é considerado como 'tentativa de golpe' de Landim ocorresse, e o presidente conseguisse estender o tempo à frente do Flamengo, seria possível intensificar as conversas em relação à SAF do Fla. O atual mandatário é declaradamente favorável à sociedade anônima do futebol, e frequentemente se reúne com clubes de todo o mundo para debater moldes de administração.

As eleições estão longe de serem realizadas, visto que só devem ocorrer em meados de 2024. No entanto, os bastidores da política fervem, e as paredes da Gávea escutam muitas novas tentativas de investidas para o futuro do Flamengo. A ver os próximos capítulos.