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Ibama emite nota técnica e atesta prejuízos para o Rio São Francisco com vazão reduzida

Segundo o Instituto, a crise está presente há pelo menos duas décadas; Ufal e UFS estudam o caso

Por Redação com assessoria 25/08/2016 10h10
Ibama emite nota técnica e atesta prejuízos para o Rio São Francisco com vazão reduzida
Ibama emite nota técnica e atesta prejuízos para o Rio São Francisco com vazão reduzida - Foto: CBHSF

O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) divulgou nota técnica e atestou os prejuízos para o Rio São Francisco, que, atualmente, se encontra com a vazão reduzida. Segundo o documento, encaminhado, também, para a Agência Nacional de Águas (ANA), a crise da vazão hídrica no manancial está presente há pelos menos duas décadas, mas, nos anos de 2015 e 2016, têm se intensificado de maneira considerável.

O texto aponta a existência de estudos realizados pelas universidades federais de Alagoas (Ufal) e de Sergipe (UFS) que demonstram a percepção da população ribeirinha e dos pescadores da região quanto à diminuição do nível do rio. A indicação é de que a principal responsável pela situação é a usina hidrelétrica de Xingó, instalada entre os dois estados. A regional do Ibama confirma que vem atendendo aos pedidos da Diretoria de Licenciamento Ambiental do próprio órgão, em Brasília, para a realização de vistorias constantes a fim de embasar os posicionamentos frente ao setor elétrico, que solicita redução da vazão desde 2013.

A nota técnica do Ibama, encaminhada para a ANA, Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) e vários outros órgãos, atesta os sérios impactos ambientais provocados pela redução de vazão recorrente na defluência do rio.

“A cada nova redução os aspectos e impactos ambientais vêm se agravando, conforme vem sendo sistematicamente relatado nos documentos técnicos emitidos pela equipe de analistas ambientais da Superintendência de Sergipe”, afirma o documento assinado por dois analistas ambientais do órgão.

O setor elétrico havia anunciado a disponibilidade de solicitar a redução da vazão do rio do nível atual, de 800 metros cúbicos por segundo (m³/s), para 700 m³/s. A emissão da nota técnica impediu uma tomada de decisão na última reunião promovida pela ANA, segunda-feira (22.08), em Brasília. O assunto será pauta de novo encontro da agência federal com os órgãos relacionados ao assunto, na manhã do dia 29 próximo.