Na Câmara, deputados avaliam que prisão de Cunha já era esperada
A prisão preventiva do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) hoje (19) em Brasília, no âmbito da Operação Lava Jato, repercutiu no plenário e no Salão Verde da Câmara dos Deputados. O pedido de prisão preventiva (por tempo indeterminado) do ex-presidente da Câmara dos Deputados foi emitido pelo juiz Sérgio Moro, que conduz as investigações da Lava Jato, na primeira instância.
No comando da Câmara nesta semana, o vice-presidente da Casa, Waldir Maranhão (PP-MA), disse que a Justiça existe e que os cidadãos têm que cumprir o que a lei determina. Ele negou que a prisão de Cunha possa atrapalhar as votações na Casa.
“Todos nós viemos acompanhando o dia a dia desse processo que finalizou com a prisão do ex-presidente da Casa. Portanto, a Justiça é soberana. Dizer se esperava ou não [a prisão]... É um fato, real isso. Está na mão da Justiça. Ela sabe o que está fazendo. As garantias individuais serão estabelecidas no processo”, afirmou Maranhão, após encerrar a sessão na Câmara que presidia por falta de quórum.
O presidente do Conselho de Ética da Câmara, José Carlos Araújo (PR/BA), que liderou o processo que culminou na cassação de Cunha pelo plenário em setembro, afirmou que esperava que o Supremo Tribunal Federal mandasse prender Cunha quando ainda era deputado. “O Supremo não prendeu, o Moro agora prendeu. A prisão já era esperada. Tudo tem seu tempo. Chegou a vez dele. Ele usou o poder para pressionar. Eu fui pressionado muitas vezes pelo seu poder. Ele tentou me tirar da presidência do Conselho de Ética e fez todas as manobras possíveis”, disse Araújo.