Arcebispo repudia uso da Seprev como “utilização politiqueira por parlamentares de AL”
“Como pode uma Secretaria, que se afirma técnica, participar de encontros meramente políticos-partidários?”, questiona dom Antônio em nota de repúdio
O arcebispo de Maceió, dom Antônio Muniz, divulgou, nesta quinta-feira (16), uma nota de repúdio à ação da Secretaria de Estado de Prevenção à Violência (Seprev). O metropolita, que também é presidente da Rede Cristã de Acolhimento, afirma que é preocupante os rumos eleitoreiros que o tratamento à dependência química vem tomando em Alagoas. “Como pode uma Secretaria, que se afirma técnica, participar de encontros meramente políticos-partidários com as comunidades?”, questionou dom Antônio.
Na nota, o arcebispo denuncia que encontros foram realizados na semana passada em Santana do Ipanema, em um espaço católico, “para amedrontar e ameaçar ainda mais os dirigentes que dependem de verba pública para sua manutenção”.
“A contrapartida Estadual que deveria ser obrigação, passou a ser tratada como uma esmola negociável entre aqueles que veem o dependente não como alguém que precisa de ajuda, mas simplesmente como um mero voto a ser conquistado e comprado”, diz a nota.
A Arquidiocese de Maceió também pede apoio da sociedade para “combater o bom combate”. “Convidamos toda sociedade para denunciar e rechaçar a forma como o Governo vem tratando o dependente químico no Estado de Alagoas. Quem sabe assim, juntos, eles percebam que como diz nossa Carta Magna: todo poder emana do povo.
Confira a nota:
NOTA DE REPÚDIO
Feito à imagem e semelhança de Deus (Gn 1, 26), o ser humano é desde a criação detentor de direitos que o eleva e dignifica como pessoa, não podendo, de forma alguma, ser tratado como moeda de troca e considerado um mero fim eleitoral.
Infelizmente, hoje, vemos uma realidade que privilegia o voto em troca do tratamento de dependentes químicos. Não importa mais o cuidado digno e universal a todo aquele que precisa, mas sim uma escolha política que fere não somente o dependente, mas a todos nós, que através de nossos direitos, somos a base do Estado.
Preocupa-nos os rumos eleitoreiros que o tratamento à dependência química vem tomando em Alagoas, assim a REDE CRISTÃ DE ACOLHIMENTO vem manifestar seu total repúdioà utilização politiqueira e partidária das comunidades terapêuticas por parlamentares do nosso Estado de Alagoas. Além disso, repudia veementemente o uso da Secretaria de Estado de Prevenção à Violência (SEPREV) como sustentáculo que alimenta essa engrenagem. Ora, como pode uma Secretaria, que se afirma técnica, participar de encontros meramente políticos-partidários com as comunidades? Tais encontros, como o que aconteceu esta semana, na cidade de Santana do Ipanema, em um ambiente marcadamente católico,servem tão somente para amedrontar e ameaçar ainda mais os dirigentes que dependem de verba pública para sua manutenção. Assim, a contrapartida Estadual que deveria ser obrigação, passou a ser tratada como uma esmola negociável entre aqueles que veem o dependente não como alguém que precisa de ajuda, mas simplesmente como um mero voto a ser conquistado e comprado.
Diante dos danos que decorrem dessa politicagem, a Política sobre Drogas deve ser prioridadee não um negócio pouco transparente de grupos restritos de interesse e/ou legendas políticas sem compromisso com um Estado plural.
E ainda pela grave situação em que nos encontramos, questionamo-nos até quando permitiremos, enquanto cristãos, que isso se perpetue em nossas vidas.Do que ou de quem temos medo? Onde guardamos a nossa coragem? Será que dirigentes católicos de comunidades perderam a fé ou a vergonha?
Precisamos reacender a chama da nossa fé e combater o bom combate (2Tm 4, 7). Por isso, convidamos toda sociedade para denunciar e rechaçar a forma como o Governo vem tratando o dependente químico no Estado de Alagoas. Quem sabe assim, juntos, eles percebam que como diz nossa Carta Magna:todo poder emana do povo.
Maceió, 15 de fevereiro de 2017.
DOM ANTÔNIO MUNIZ FERNANDES
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