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Litoral Norte de Maceió deve ganhar área de conservação marinha

Por Redação com assessoria 07/05/2017 08h08
Litoral Norte de Maceió deve ganhar área de conservação marinha
Soltura de tartarugas é realizada periodicamente pelo Biota no litoral de Maceió - Foto: Lucas Alcântara/ Ascom Semds

O trecho entre os bairros Garça Torta e Ipioca, no Litoral Norte de Maceió, é uma região onde a conservação da fauna e da flora deve ser ampliada nos próximos meses. Com espécies ameaçadas de extinção, a exemplo de tartarugas, aves e mamíferos aquáticos, a zona costeira deste trecho foi estudada pelo Instituto Biota, uma ONG que, após levantamento técnico, propôs a criação da unidade de conservação. O projeto está sendo apoiado e contará com a participação da Prefeitura de Maceió na execução, por meio de intervenções em parceria com a equipe da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Sustentável (Semds).

Em reunião com representantes do Biota, o titular da Semds, Gustavo Acioli Torres, assinou um termo de compromisso que garante o empenho da pasta nos próximos passos do projeto. Segundo enfatizou o gestor, o apoio às ações da ONG acontece desde o início da gestão do prefeito Rui Palmeira e a assinatura do documento reforça o trabalho do Município em defesa do meio ambiente e na promoção da sustentabilidade. “Reafirmamos a parceria por entendermos a importância do trabalho realizado pelo instituto. É dessa forma, caminhando junto à sociedade civil organizada, que o poder público deve avançar em questões importantes, como é o caso da conservação neste trecho do litoral de Maceió”, disse.

Presidente do Instituto Biota, Bruno Stefanis explicou que o estudo durou mais de um ano e a proposta técnica para a unidade de conservação foi elaborada para ampliar a proteção do Litoral Norte. A área, segundo o biólogo, apresenta uma grande concentração de desova de tartaruga, além da alimentação e reprodução de mamíferos aquáticos, como o peixe-boi e golfinhos. “A Arie é uma forma de criar mais um espaço de proteção e, a partir da instalação, vamos elaborar o plano de manejo com a participação da sociedade e do poder público. Propomos agora a criação da unidade de conservação e posteriormente seguiremos com a elaboração do plano para fazer o regramento de utilização da área”, esclareceu.

Unidade de conservação

De acordo com a proposta técnica, a Arie Costeiro Marinha das Tartarugas se estende por uma área de 50,056 km². Segundo o estudo, o trecho é extremamente relevante para a proteção de espécies da fauna e flora ameaçadas de extinção, de ocorrência comprovada na localidade, tais como tartarugas marinhas, aves marinhas e mamíferos aquáticos, além de diversos tipos vegetacionais do bioma Mata Atlântica.

A região pouco habitada é banhada por sete rios, situados entre o Riacho Garça Torta e o Rio Sauaçuí, apresentando estuários, manguezais, restingas, praia e fragmentos de floresta ombrófila densa atlântica, que possuem alta importância social e econômica por oferecerem diversos serviços ecossistêmicos importantes para o abastecimento de água e alimentos na região, além de serem fontes de renda, lazer e beleza natural.

A proposta técnica também aponta que a criação da unidade de conservação no Litoral Norte naquela área visa a garantia e melhoria dos serviços ambientais para a comunidade, destacando, ainda, que a localização da Arie, inserida em uma área urbana, pode atuar como um facilitador para o cumprimento de algumas diretrizes que regem o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), como a “participação efetiva das populações locais na criação, implantação e gestão das Unidades de Conservação”.

A criação e implantação da Arie também possibilitará a implantação de outros mecanismos capazes de orientar a população local para o uso sustentável dos recursos naturais e convívio livre de conflitos com a conservação ambiental, bem como diversificar as fontes de renda da região. O principal instrumento da implantação da unidade é o Plano de Manejo, que será elaborado com a participação de universidades, empresas, associações civis e ONGs que atuam localmente, no prazo de cinco anos da criação da unidade.