Depoimento de Lula a Moro tem início em Curitiba
O primeiro depoimento do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva ao juiz federal Sérgio Moro como réu na Lava Jato teve início por volta das 14h20 desta quarta-feira (10) em Curitiba. Lula viajou à capital paranaense na manhã desta quarta-feira em um jatinho particular e chegou às imediações da sede da Justiça Federal cercado de um clima de expectativa e politização.
O ex-presidente chegou de carro às imediações do prédio, desceu a cerca de 50 metros antes do bloqueio feito pela Polícia Militar e andou entre seus apoiadores segurando uma bandeira do Brasil. Manifestantes favoráveis ao petista entoavam gritos em sua defesa.
Após passar pelo bloqueio, Lula acenou para os manifestantes e entrou novamente em um carro para ser conduzido até o local do interrogatório. Ele estava acompanhado pelos senadores Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Lindbergh Farias (PT-RJ). O presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, o aguardava na sede da Justiça Federal.
Processo. Lula é acusado de ter sido beneficiado pela construtora OAS por meio das reformas de um apartamento triplex em Guarujá, no litoral de São Paulo. Ele também é réu em outros quatro processos. A Procuradoria da República, em Curitiba, o acusa de ter recebido o equivalente a R$ 3,7 milhões em propinas. Este é o primeiro encontro cara a cara entre ex-presidente e o juiz da Lava Jato, mas Lula é réu em outros quatro processos ligados à Lava Jato.
O apartamento em questão foi construído inicialmente pela Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop), criada pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo – entidade que era dirigida pelo ex-tesoureiro do PT João Vaccari Netto. Em 2009, após a falência da entidade, a construtora OAS assumiu o empreendimento.
No dia 20 de abril, o empresário Léo Pinheiro foi interrogado por Moro e disse que o apartamento, apesar de estar em nome da OAS, era de Lula e foi reformado atendendo seus interesses e pedidos.
Segundo Léo Pinheiro, que tenta um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal, o custo das reformas do triplex 164-A, do Edifício Solaris, foi abatido de um acerto de R$ 15 milhões da OAS com o PT.
“Levei esses créditos e esses débitos. Levei o que a OAS estava devendo por conta desses pagamentos de vantagens indevidas ao PT naquele momento, o que estava atrasado e que ainda ia acontecer. E os custos dos empreendimentos que estávamos fazendo, desses passíveis ocultos, e mais os custos do tríplex e do sítio”, afirmou Léo Pinheiro, ouvido como réu nesta ação penal.
“A OAS pagava, primeiro, porque é uma regra de mercado. Tinha sido estabelecido que em alguns mercados àquela época existiria contribuição de 1% para o Partido dos Trabalhadores e que o gerenciamento disso seria feito pelos tesoureiros do partido”, afirmou Léo Pinheiro.
Léo Pinheiro explicou que a OAS comprou o Edifício Solaris no Guarujá, em 2009, da Bancoop – que estava em falência – a pedido do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto.
Veja também
Últimas notícias
Três pessoas morrem após desabamento de muro no Brás, em São Paulo
Mulher fica presa às ferragens após acidente com tombamento na Pajuçara
Tornado no Paraná: hospitais já atenderam 750 feridos; seis pessoas morreram
Peixe-boi aparece em praia de Ipioca e encanta banhistas
Combate à fome deve ser meta climática, diz cúpula em Belém
PM apreende 22 armas de fogo e 42 quilos de entorpecentes em uma semana
Vídeos e noticias mais lidas
Tragédia em Arapiraca: duas mulheres morrem em acidente no bairro Planalto
Militares lotados no 14º Batalhão de Joaquim Gomes prendem homem suspeito de estrupo de vulnerável
[Vídeo] Comoção marca velório de primas mortas em acidente de moto em Arapiraca: 'perda sem dimensão'
Vídeo mostra momentos antes do acidente que matou duas jovens em Arapiraca; garupa quase cai
