Maio registra o mais alto nível de endividamento desde janeiro de 2016, diz Fecomércio

O mês de maio registrou o mais alto nível de endividamento das famílias da capital desde janeiro de 2016, segundo aponta a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) realizada pelo Instituto Fecomércio de Estudos, Pesquisas e Desenvolvimento do Estado de Alagoas em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (CNC).
De acordo com o levantamento 73,2% da população economicamente ativa da capital estão endividadas, o que equivale a 218.122 pessoas. Destes, 38,2% (ou 113.846) estão com as dívidas em atraso e 23,6% (ou 70.377) estão inadimplentes; um dos mais altos dos últimos cinco anos. Nesse contexto, apenas 26,8% dos maceioenses não possuem dívida financeira. Ainda no universo dos 73,2% dos endividados, 27,2% se consideram muito endividados; outros 27,2% acreditam estar numa situação intermediária; enquanto 18,8% dizem possuir poucas dívidas.
A acentuação dos níveis de endividamento e de inadimplência demonstra a correlação com o aumento do desemprego. “Nos quatro primeiros meses do ano parecia haver a recuperação do consumo e da atividade econômica em Alagoas e Maceió, mas o persistente desligamento de postos de trabalho nesse período aponta para um aprofundamento do endividamento e da inadimplência”, avalia Felippe Rocha, assessor econômico da Fecomércio.
A estimativa do economista é de que 1 em cada 7 morador da capital está desempregado. Com a renda menor, as famílias buscam no crédito uma forma de fechar suas contas. “O xis da questão é que, ao permanecer nesta situação, as famílias comprometem a renda com dívidas passadas, reduzindo ainda mais o poder de compra atual, o que acaba criando uma dependência e a necessidade cada vez maior do uso de meios financeiros para quitá-las”, explica.
Realidade
A pesquisa do Instituto Fecomércio demonstra que houve mudança sobre o tipo da dívida responsável pelo endividamento dos consumidores de Maceió. Em abril, 85% contraíram dívidas por meio do uso do cartão de crédito. Em maio esse percentual foi menor (78,5%), apesar de o cartão continuar na liderança, mas houve, por parte do consumidor, um interesse maio para o uso do crediário (carnês de loja), que alcançou 10,8%, seguido pelo financiamento de casas, com 4,2%.
Na análise do especialista, essa mudança no comportamento reflete a instrução normativa do Banco Central do Brasil em relação ao uso do crédito rotativo e do pagamento mínimo. Isso porque, agora, ao pagar o valor mínimo em um mês, o consumidor necessariamente precisa pagar a fatura integral no mês subsequente. “Com receio de utilizar o cartão e de não terem condições do pagamento integral, a saída dos consumidores é a contratação de outras formas de crédito para aquisição de bens, a exemplo do carnê de loja”, pontua.
Quando analisamos apenas aqueles que informaram ter contas em atraso (38,2%), os dados apontam que 52,2% deles possuem outro familiar, em sua residência, na mesma situação, já 47,7% informaram que são os únicos endividados do lar. Quando analisamos os inadimplentes (23,6%), apenas 5% irão pagar suas dívidas integralmente; 30,7% pagarão parcialmente; e 61,8% permanecerão na mesma situação.
Com o aumento do desemprego e a incapacidade de pagamento, o tempo médio de atraso subiu para 65,2 dias. Os consumidores passa uma média de 5,4 meses endividados. As famílias comprometeram, em média, 26,4% de suas rendas somente com dívidas; um dos únicos fatores positivos da pesquisa, já que a margem é de 30%.
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