Há 5 anos, final de Avenida Brasil mexeu com Dilma e ameaçou causar apagão
O final de Avenida Brasil também foi comentado internacionalmente
Em 19 de outubro de 2012, Avenida Brasil chegava ao fim com 52 pontos no Ibope, marca que finalmente pode ser superada nesta sexta (20) pelo último capítulo de A Força do Querer. A novela de João Emanuel Carneiro foi um fenômeno de audiência e repercussão nas redes sociais. Tanto que chegou a ameaçar o fornecimento de energia elétrica e fez a então presidente do país mudar sua agenda para não perder o desfecho de Nina (Débora Falabella) e Carminha (Adriana Esteves).
Atração mais vista da TV aberta em 2012, Avenida Brasil teve 1 hora e 11 minutos de duração no episódio final. A novela foi o grande evento da noite, e a presidente Dilma Rousseff sabia disso _ela acompanhava a novela, de acordo com sua assessoria. Dilma tinha compromisso marcado para a mesma noite, um comício da campanha de Fernando Haddad para prefeito de São Paulo.
A direção do PT, partido dos dois políticos, achou melhor adiar o compromisso para o dia seguinte, para não correr o risco de ter um comício vazio por causa da novela. Realizado no sábado (20), o evento teve participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Avenida Brasil também mexeu com um dos órgãos mais importantes do país, o ONS (Operador Nacional do Sistema, que controla a distribuição de energia elétrica). Havia a expectativa de que o último capítulo gerasse um efeito chamado "rampa de carga".
É o que acontece quando, nos primeiros minutos após um evento de grande audiência, as pessoas voltam a se dedicar a atividades que tinham deixado para depois (como tomar banho, abrir a geladeira). Esse aumento súbito de consumo de eletricidade em muitas casas pode gerar uma demanda maior do que o fornecimento de energia é capaz de atender e provocar um apagão.
Por prevenção, o ONS determinou que as operadoras gerassem folga de energia e que as linhas de transmissão operassem com capacidade ociosa. As medidas funcionaram, e não houve blecaute após os créditos subirem na tela.
O final de Avenida Brasil também foi comentado internacionalmente. Os jornais The Guardian (do Reino Unido) e Washington Post (dos Estados Unidos) enfatizaram o sucesso da novela que retratou a classe C e deixou o subúrbio carioca no centro da trama.
Já a revista Forbes destacou que Avenida Brasil rendeu R$ 2 bilhões de faturamento para a Globo, maior lucro alcançado até então por uma produção televisiva da América Latina.
No último capítulo, Candinho (Alexandre Borges) oficializou a união com sua três mulheres (Foto: Reprodução/Globo)
Festa no subúrbio
Depois de ser exibida no Brasil, a novela foi vendida para 132 países. Na Argentina e em Portugal, por exemplo, os moradores do bairro do Divino fizeram muito sucesso, e os atores foram recebidos em eventos como celebridades internacionais.
O último capítulo começou com a rendição da grande vilã, Carminha. Ela entregou uma arma para que Nina a matasse, mas a mocinha preferiu entregá-la à polícia.
A antagonista então confessou que era a assassina de Max (Marcello Novaes), seu amante. Depois de cumprir pena na cadeia, Carminha voltou às origens no lixão e foi perdoada por Nina.
Por sua vez, a mocinha teve uma filha com Jorginho (Cauã Reymond), sua paixão de infância. Os três se juntaram a um grande almoço festivo na casa de Tufão (Murilo Benício), com toda a família reunida.
Outras duas festas animaram o último capítulo. A primeira foi o casamento de Cadinho (Alexandre Borges) com suas três mulheres, Noêmia (Camila Morgado), Verônica (Débora Bloch) e Alexia (Carolina Ferraz). A segunda foi a comemoração da vitória do time de futebol do Divino, que conseguiu conquistar uma vaga na primeira divisão do campeonato estadual.