Após inauguração de leitos, Ministério Público volta a constatar irregularidades na Santa Mônica
MPE diz que, apesar da propaganda, leitos não podem receber pacientes porque falta estrutura.
Após anúncio de inauguração de 26 novos leitos na Maternidade Santa Mônica, o Ministério Público Estadual (MPE) foi ao local e constatou uma série de irregularidades. De acordo com o MPE, durante vistoria, nesta quinta-feira (08), foram constatadas irregularidades como falta de equipamento, insumos, medicamentos e de pessoal.
No início da semana, o Governo do Estado inaugurou 26 novos leitos para bebês recém-nascidos na unidade, depois de uma decisão da Justiça Federal, mas o MPE diz apesar da propaganda feita pelo Poder Executivo, as vagas criadas não podem receber pacientes porque falta estrutura mínima. “Anunciar a abertura de leitos sem que esses espaços possam ser ocupados é uma grande irresponsabilidade. O corpo técnico da maternidade admitiu que faltam vários medicamentos, insumos, equipamentos e também servidores”, afirmou a promotora de Justiça Micheline Tenório.
“Não adianta existirem apenas as incubadoras. É preciso que elas estejam com os aparelhos necessários ao seu funcionamento, assim como são imprescindíveis as luvas, máscaras, algodão, gases e álcool para que os profissionais façam os devidos procedimentos nas crianças”, acrescentou Tenório.
“Apesar da alardeada inauguração, constatamos que os leitos não possuem condições adequadas para o pronto atendimento dos recém-nascidos de alto risco. Vamos informar ao juízo a real situação destes leitos para que ele acompanhe o que vem acontecendo dentro dos 45 dias de prazo que ele deu para a adequada entrega desses leitos à população”, complementou a procuradora da República, Roberta Bomfim.
Diante das constatações, Micheline Tenório e Roberta Bonfim farão um relatório sobre a inspeção e encaminharão o documento à Vara da Justiça Federal em Alagoas. Já existem duas ações civis públicas ajuizadas para a Santa Mônica. A primeira, proposta pelo MPE/AL e pelo MPF, trata dos leitos neonatais na maternidade. A outra, cujo ajuizamento foi apenas do Ministério Público Estadual de Alagoas, trata do abastecimento do hospital, com relação a medicamentos e insumos.