Justiça

Alfredo Gaspar rebate críticas sobre prisão de jornalista acusada de calúnias

A jornalista Maria Aparecida Oliveira, de 68 anos, foi presa nessa segunda-feira (23)

Por Redação 24/04/2018 17h05
Alfredo Gaspar rebate críticas sobre prisão de jornalista acusada de calúnias
Procurador-geral de Justiça do MPE, Alfredo Gaspar de Mendonça - Foto: Val Jhon/ 7Segundos

A prisão da jornalista Maria Aparecida de Oliveira segue repercutindo na imprensa alagoana. Nesta terça-feira (24), o procurador-geral de Justiça do Ministério Público Estadual (MPE), Alfredo Gaspar de Mendonça, reuniu a imprensa para falar sobre a representação criminal protocolada por ele contra a jornalista, presa nessa segunda-feira (23), acusada de crimes contra a honra.

Com a prisão de Maria Aparecida, desde a tarde dessa segunda-feira, uma ampla discussão sobre até onde vai a liberdade de imprensa instaurou-se entre os jornalistas alagoanos.   Embora os motivos da prisão corram em segredo de Justiça, de acordo com o procurador-geral, “o pedido de prisão não foi relacionado à liberdade de expressão e sim a uma coação”.  "Me sinto na obrigação de prestar os esclarecimentos que forem necessários", afirmou Gaspar durante a entrevista coletiva.

Na oportunidade, o procurador-geral de Justiça fez um pequeno relato de 2015, época em que era titular da Secretaria de Segurança Pública (SSP), quando, segundo ele, a jornalista fazia referências caluniosas aos familiares do então secretário.

“Disse que meu pai teria usado de fraude para se aposentar e que me minha família era uma família de marginais, algo do tipo. Tomado conhecimento desse conteúdo resolvi, na qualidade de cidadão, fazer uma representação pelos delitos de calúnia, injuria e difamação”, detalhou.

Conforme Gaspar, na representação, ele pediu que fossem apurados os fatos relatados pela jornalista. "Isso foi em outubro de 2015, é um direito que me assiste". "Não movi, não procurei, não busquei, não acionei qualquer membro do MP para cuidar dessa situação. Apenas naquele momento eu quis deixar registrado criminalmente que aquilo tinha me ofendido", pontuou.

O procurador afirmou ainda o compromisso e trabalho pela liberdade de imprensa em Alagoas. “Quero deixar bem claro que minha instituição tem trabalhando fortemente pela liberdade de impressa, defenderá isso em qualquer grau e qualquer tribunal”, ressaltou.

O caso

A jornalista Maria Aparecida Oliveira, de 68 anos, foi presa ontem (23) por determinação do juiz da 3ª Vara Criminal, Carlos Henrique Pita Duarte. Ela é acusada de três crimes contra a honra e coação no curso do processo.

As acusações são do Ministério Público Estadual (MPE) e correm em segredo de Justiça. A jornalista foi encaminhada à Central de Flagrantes, no bairro Pinheiro, de onde foi levada para o Presidio Feminino Santa Luzia.