Testemunha presenciou início das agressões: “Estava com lesões e cabelo cortado”
Franciellen Araújo Rocha foi espancada e queimada viva em fevereiro de 2013

O 3º Tribunal do Júri de Maceió iniciou, na manhã desta quarta-feira (23), o julgamento dos réus envolvidos na morte da jovem Franciellen Araújo Rocha, de 18 anos, ocorrida em 14 fevereiro de 2013. A expectativa do juiz Geraldo Cavalcante Amorim é que a sessão seja finalizada ainda hoje.
A primeira testemunha a ser ouvida declarou ser amiga da vítima e disse ter presenciado momentos iniciais em que Franciellen foi torturada: “Estava com lesões e cabelo cortado“, declarou. Ela acusa a ré, Vanessa Ingrid de comandar as agressões e de ter ordenado a tortura por ciúmes de Franciellen, que estaria se relacionando com seu namorado.
“A Franciellen recebeu uma ligação chamando pra ir pra festa de uma jovem conhecida por Tininha. A gente tinha acabado de chegar de uma visita no HGE. Ela alegou achar estranho ter sido convidada para o evento, mesmo assim a gente foi de táxi”, relatou a testemunha. Ela também contou que Nayara da Silva, Vanessa e Albertina, vulgo “Tininha” teriam feito as queimaduras no corpo da amiga.
Os homens apenas agrediram: “A Franciellen só fazia chorar“, complementou.
O caso
De acordo com a denúncia do Ministério Público (MP/AL), Franciellen Araújo foi convidada para uma festa em um apartamento no bairro Cruz das Almas, em Maceió. No local, ela foi torturada em uma sessão de espancamento que durou horas. A vítima, ainda segundo o MP/AL, teve os cabelos cortados e as sobrancelhas raspadas.
Após a tortura e ainda com vida, Franciellen foi levada em um carro para uma localidade deserta nos arredores do bairro da Serraria, onde teve o corpo queimado, vindo a falecer. O crime teria sido planejado por Vanessa Ingrid, que estaria com ciúme do suposto envolvimento da vítima com seu namorado.
“Vamos lutar para que sejam todos condenados dentro dos crimes que lhes foram atribuídos. Os que tiveram participação no homicídio podem pegar mais de 20 anos. No caso da ré acusada de tortura, a condenação pode chegar a 8 anos”, explicou o promotor de Justiça José Antônio Malta Marques.
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