Desde a tarde do domingo (27), um pequeno grupo de manifestantes interdita duas faixas da Avenida Fernandes Lima, no bairro do Farol, em frente ao 59 Batalhão de Infantaria Motorizada de Maceió. Alheios aos fatos históricos e aos efeitos catastróficos do golpe, os manifestantes pedem a volta da intervenção militar.

Alterados com a imprensa, a meia dúzia de manifestantes pouco soube explicar as motivações do protesto e passou a maior parte do tempo informando a nossa reportagem que só falaria com a imprensa se fosse ao vivo.

Apesar das seguidas horas de manifestação, nenhuma equipe do gerenciamento de crise ou da SMTT foi vista no local para desobstruir a via ou orientar o trânsito.

Ditadura
O golpe militar no Brasil teve início em 31 de março de 1964 e durou 21 anos. Nessas duas décadas milhares de pessoas foram expulsas do país, presas, torturadas, mortas ou estão desaparecidas até os dias atuais.

Documentos vazados em maio desse ano comprovam que durante o governo Geisel, o presidente não apenas sabia das execuções do regime militar, como autorizou que os assassinatos continuassem. O memorando relata um encontro entre Geisel, João Batista Figueiredo, então chefe do Serviço Nacional de Informações (SNI), e os generais Milton Tavares de Souza e Confúcio Danton de Paula Avelino, ambos na ocasião no Centro de Inteligência do Exército (CIE).

O general Milton, segundo o documento, disse que o Brasil não poderia ignorar a "ameaça terrorista e subversiva", e que os métodos "extra-legais deveriam continuar a ser empregados contra subversivos perigosos". No ano anterior, 1973, 104 pessoas "nesta categoria" foram sumariamente executadas pelo Centro de Inteligência do Exército".

História
Em 2015, o filósofo Leandro Karnal explicou durante entrevista à TV Cultura o que significa pedir a volta do regime militar e fala dos dois tipos de pessoas que podem defender a ilegalidade do retorno de tal período. Acompanhe a miniaula de história: