Comportamento

[Especial] LGBTs falam do orgulho de ser quem são

No dia do orgulho LGBT+, quatro depoimentos para refletir esta data

Por Marcos Filipe Sousa 28/06/2018 17h05
[Especial] LGBTs falam do orgulho de ser quem são
Pessoas LGBT+ ganharam coragem para dizer quem são - Foto: Internet

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Com muitas discussões sobre questões relacionadas à inclusão e diversidade, os últimos anos foram muito importantes para conquistas de pessoas LGBT+.

Países legalizaram o casamento entre pessoas do mesmo sexo, um personagem transgênero foi um dos destaques de uma novela exibida em horário nobre, o direito de adotar nome social pelo qual pessoas transexuais e travestis preferem ser chamadas em seu cotidiano foi aprovado, e até uma cidade brasileira foi eleita a mais amigável para pessoas LGBT+.

Nesta quinta-feira (28) é celebrado o Dia Mundial do Orgulho LGBT+. Diante de manifestações de ódio e até repressão, como na Rússia, país que sedia a Copa do Mundo deste ano, ou Alagoas como o estado que mais mata LGBTs no Brasil, o movimento quer celebrar a voz que ganharam nos últimos anos. O 7Segundos foi a procura dessas pessoas para responder a seguinte pergunta: Porque você tem orgulho de ser o que é?

Carlos Lins

“Eu vejo essa questão mais baseada nos espaços que eu consegui adentrar, como no meio artístico e na graduação. Porque a gente sabe do preconceito que existe em todos os espaços”.

Ahyas Sydcley

“Porque eu tenho orgulho de trazer cor ao mundo. Porque eu trago amor ao mundo, trago alegria, trago força, trago luta, trago desconstrução. Eu tenho orgulho de mim porque não é qualquer pessoa que sai na rua correndo o risco todos os dias de ser morto pelo ódio. Tenho orgulho porque o meu amor é a minha forma de melhorar esse mundo. Tenho orgulho porque o meu "sou" mudou o pensamento conservador da minha família. Eu tenho orgulho de quem eu sou porque eu sou foda, e sou foda apenas pelo fato de ser o que sou”.

Erick Hanon

“Sou um homem gay, negro, drag queen e moro em uma das cidades que estaticamente mais se mata LGBTs no país. É difícil conviver com essa realidade que nos oprime, que nos sufoca e que tenta a todo custo padronizar nossos corpos e nos caracterizar como doentes, anormais. Mas lembrem-se: nós somos o arco-íris dessa sociedade doente! E não é pelo fato de sermos alegres, extrovertidos, mas sim porque enxergamos uma luz no fim disso tudo, pois por mais dores que soframos, nós, LGBTs, somos e sempre seremos sinônimos de força e resistência. E é dessa sensação que o orgulho nasce, pois tenho orgulho das minhas marcas, do caminho que percorri e principalmente de quem sou, pois sei que o erro não está em mim, e sim neles”.

Flávio Cansanção

“Orgulho eu não tenho pois como diriam "é pecado" algo como um sentimento egoísta, de admiração pelo próprio mérito, de excesso de amor-próprio; de arrogância, ou soberba, principalmente nesse tempo de Rede Social onde o culto do amor próprio é exageradamente cego e doente; temos que procurar ser sempre melhor que isto! Posso dizer no máximo que sou satisfeito pela pessoa que me tornei, e que se fosse criança, e olhasse para o EU hoje, Flavinho ficaria bem feliz. Por perceber que o que mudei só me fez bem, que me tornei um profissional responsável, que me tornei alguém que não deseja mal a ninguém. Uma pessoa pra cima e trabalhadora, que sempre que pode faz algo de bom pelo próximo, nem que seja uma palavra de conforto, ou um ombro amigo. No mais agradeço a todos os amigos que estão ao meu redor porque sempre somos a índole junto ao resultado da soma de todas as pessoas que nos cercam. Acredito que o orgulho é por tudo o que proporcionamos ao próximo e por sermos sempre melhores para o mundo”.