Maria Bonita, ícone do nordeste, ganha livro sobre sua história
A obra desmistifica o glamour em volta do grupo de cangaceiros que fazia parte

"Maria Bonita: Sexo, violência e mulheres no cangaço" desconstrói o bando de Lampião. Estuprar mulheres era usado como arma pelos cangaceiros.
Estupros coletivos no sertão do Nordeste no século passado eram mais comum do que se pensa. Gera era o nome popular dos estupros coletivos. O bando de Lampião praticava frequentemente violência sexual contra a mulher na década de 30.
No livro recém-lançado de Adriana Negreiros, a jornalista se aprofunda na dura realidade das mulheres que acompanhavam os cangaceiros, ou até mesmo as que cruzavam os caminhos do grupo.
As motivações para os “geras” eram numerosas e superficiais. No livro é descrito o estupro coletivo de uma jovem casada por um homem de 80 anos. Insatisfeito com a união, Lampião decapitou o marido e violentou a menina. Acompanhado por seus seguidores, nesse ritual que se repetiu com as mulheres, mães e filhas dos oponentes e delatores, muitas vezes usadas como objeto de humilhação na frente de seus inimigos. O chefe, Lampião, era sempre o primeiro a estuprar as vítimas.
As mulheres participantes do bando só tinham o papel de servir sexualmente os homens, além de afazeres domésticos. Algumas seguiam o grupo por amor, mas outras eram sequestradas quando ainda eram crianças. A rotina era violenta e criminosa. Mas não podiam abandonar a vida bandida, do contrário eram assassinadas. As que ficavam viúvas, eram dadas a outro “dono” entre os cangaceiros.
Muitas vezes escrita e vangloriada, a história do cangaço nunca foi contada do ponto de vista feminino. Durante a pesquisa Adriana conta que o que mais a chocou não foram os estupros e sim as vítimas que foram milhares de vezes desacreditadas, porque a vida no cangaço foi mistificada e glamourizada.
Maria Bonita, ao que consta, nunca foi violentada por Lampião, porém o cangaceiro violentou muitas meninas. A autora do livro conta que ele “tinha prazer de estuprar uma mulher, enquanto ela chorava”. O livro relata vários casos horripilantes.
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