Agosto chega ao fim com saldo aproximado de 185 mil endividados
Desse total, 87.726 consumidores estão com contas em atraso
O mês de agosto será encerrado com um saldo de aproximadamente 185 mil pessoas com contas a pagar, conforme Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) de Maceió realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em parceria com o Instituto Fecomércio AL.
Com esse saldo, o nível de endividamento apresentou, em termos de variação percentual mensal, uma a alta menor 0,82%. Ainda em termos absolutos, quando comparado ao endividamento registrado em agosto de 2017, o indicador é 10,22% menor.
O número de endividados com contas em atraso apresentou baixa: são 87.726 consumidores nessa situação; número 3,71% menor que o de julho. Em relação a agosto do ano passado, o valor é 12,16% menor. Já o volume de inadimplentes aumentou 1,33% (comparado a julho), encerrando agosto, em termos absolutos, com 52.803 pessoas nessa situação.
O assessor econômico da Federação do Comércio do Estado de Alagoas (Fecomércio AL), Felippe Rocha, na média nacional do endividamento, Maceió está acima de todas as capitais. “Contudo, em termos de contas em atraso e de inadimplência, Maceió apresenta o menor nível entre todas as capitais do país. Isso demonstra que os consumidores estão fazendo dívidas e consumindo, mas não estão tendo descontrole das suas contas”, analisa.
Segundo o levantamento, a principal forma de contrair dívida ainda é o uso do cartão de crédito, com 84% dos entrevistados indicando que estão endividados por este motivo (redução de 2,8% ante julho). O carnê de loja é o segundo maior motivo para 9,7% dos consumidores (alta de 0,4% ante julho), sendo o terceiro o crédito pessoal, com 7,8% (alta de 0,8% ante julho). “O uso do crédito pessoal pode indicar que os consumidores da capital podem estar contraindo esse tipo de dívida para quitar outras que possuem taxas de juros maiores e, com isso, estão reduzindo o peso das dívidas no orçamento pessoal”, explica Felippe.
Do grupo de 29,2% de pessoas (o equivalente a 87.226) que indicaram estar atrasando suas contas, 47% possuem outro ente familiar que mora em sua residência que também passa pela mesma situação. Esse fator é positivo, pois há redução de 2,2% entre julho e agosto.
Na avaliação do economista, entre aqueles que estão em situação de inadimplência a situação é um pouco mais delicada, pois apenas 1,3% disseram que terão condições de pagar integralmente a dívida e sair dessa situação já em setembro; situação 3,3% menor do que no mês anterior. Esse desempenho confirma a informação divulgada pelo IBGE de que Alagoas apresenta alto número de desistência na busca por um novo emprego, possuindo uma taxa de desemprego de 17,3%, o Estado, e de 16,6%, Maceió. E sem emprego não há como sair dessa situação.
A pesquisa aponta que 60,2% dos inadimplentes devem permanecer nessa condição (aumento de 3%) e o tempo médio das famílias com dívidas em atraso já é de 79,1 dias (elevação de 2,4 dias). “A situação se complica e o primeiro semestre do ano não apresentou melhora nem para o Estado e, muito menos, para o Brasil. A economia apenas patina e vende produtos agrícolas, que foram beneficiados pela valorização do dólar e pelo aumento do preço das commodities. O grande problema é que esse setor pouco emprega”, afirma Felippe.
Aqueles que estão pagando as dívidas em dia estão passando cerca de 6,3 meses (em média) para quitá-las. Isso significa que, não contraído mais dívidas, só se livrarão do financiamento em fevereiro de 2019, quando terá crédito “livre” para mais aquisições. Entre julho e agosto houve ligeira redução do comprometimento da renda pessoal com dívida (-0,3%). Este mês, na média, os consumidores comprometeram 23,8% de sua renda com endividamentos.