MPF vê tentativa de intimidação a professores por deputada eleita do PSL

O Ministério Público Federal (MPF) em Chapecó (SC) recomendou às universidades da região e às gerências regionais de educação "que se abstenham de qualquer atuação ou sanção arbitrária e, mesmo, que impeçam qualquer forma de assédio moral a professores, por parte de estudantes, familiares ou responsáveis".
A recomendação, assinada pelo procurador Carlos Humberto Prola Junior, atendeu representações apresentadas à Procuradoria da República a respeito de um canal anônimo de denúncia contra professores criado pela deputada estadual eleita Ana Caroline Campagnolo (PSL-SC).
Apoiadora e correligionária do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), a futura parlamentar abriu um canal informal para recebimento de "denúncias" na internet sobre "professores doutrinadores". A iniciativa foi divulgada após a vitória de Bolsonaro, no domingo (28), com pedido da deputada eleita para que vídeos e informações fossem repassados para um número de celular dela. Ana Caroline pediu que fossem fornecidas informações com o nome do professor, da escola e da cidade.
"Garantimos o anonimato dos denunciantes", diz a imagem compartilhada pela deputada nas redes sociais. Na mensagem, ela ainda conclamava alunos a filmarem o que classificara como "professores doutrinadores" –assim definidos, exemplificou, aqueles "inconformados e revoltados" com o resultado da eleição para a Presidência.
Caso seja ignorada, a Recomendação do MPF pode resultar em responsabilização, uma vez que, para o procurador, pesquisas realizadas no Facebook "denotam que efetivamente a deputada estadual catarinense, eleita no recente pleito, manifestou-se nesse sentido".
O Ministério Público anexou à Recomendação cópia de imagens de Ana Caroline nas redes sociais, em uma das quais, ela aparece empunhando uma arma.
A conduta, salientou o MPF, "além de configurar flagrante censura prévia e provável assédio moral em relação a todos os professores do Estado de Santa Catarina - das instituições públicas e privadas de ensino, não apenas da educação básica e do ensino médio, mas também do ensino superior -, afronta claramente a liberdade e a pluralidade de ensino".
A Procuradoria da República pondera ainda que a abertura de inquérito civil "objetiva apurar suposta intimidação a professores do Estado de Santa Catarina, por parte de deputada estadual eleita no último pleito".
Formada em História, a deputada eleita já processou a professora Marlene de Fáveri, da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), e sua ex-orientadora no mestrado, em 2016, por suposta "perseguição ideológica". O caso marcou as discussões sobre o do movimento Escola Sem Partido, uma das principais bandeiras de Bolsonaro.
Últimas notícias

São Sebastião integra programa “Alagoas Sem Fome na Infância” e reforça compromisso com a primeira infância

Alagoas lidera redução da insegurança alimentar e conquista destaque no Prêmio Brasil Sem Fome

Vídeo mostra homem se masturbando dentro de van em Arapiraca

Operação contra furto de cabos resulta em seis prisões em cinco municípios de Alagoas

Hospital de Emergência do Agreste promove ação de prevenção ao câncer de mama

Gominho é internado em hospital e desabafa: "Não faz sentido"
Vídeos e noticias mais lidas

Guilherme Lopes dispara contra Beltrão: 'Penedo não deve nada a você'

Empresário arapiraquense líder de esquema bilionário perseguia juízes e autoridades, diz ex-mulher

Quem era 'Papudo': líder de facção de altíssima periculosidade morto confronto em Arapiraca

Policiais militares são presos por extorsão na parte alta de Maceió
