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Juíza aceita denúncia e médium vira réu por abusos sexuais

Ele está preso no Núcleo de Custódia e nega as acusações

Por G1 09/01/2019 12h12
Juíza aceita denúncia e médium vira réu por abusos sexuais
O médium João Teixeira de Faria, o João de Deus, deixando o IML - Foto: Ernesto Rodrigues/Estadão Conteúdo

A juíza Rosângela Rodrigues dos Santos aceitou a denúncia contra João de Deus e, com isso, ele passou a ser réu pelos crimes de estupro de vulnerável e violação sexual. Ele foi acusado por dezenas de mulheres de cometer os abusos durante tratamento espiritual na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, onde fazia atendimentos. O médium sempre negou os crimes. A informação foi confirmada por fontes da TV Anhanguera.

O G1 tenta contato por telefone e mensagem com o advogado de defesa Alberto Toron desde as 12h15 para comentar o andamento do processo, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

João de Deus, que está preso desde 16 de dezembro no Núcleo de Custódia de Aparecida de Goiânia, está sendo ouvido nesta quarta-feira (9) em outro caso: por posse ilegal de arma. A investigação foi aberta pela Polícia Civil após serem encontrados revólveres e pistolas na casa dele durante operações de busca e apreensão.

A delegada Karla Fernandes, que coordena a força-tarefa, chegou por volta das 11h20 ao Núcleo de Custódia. A corporação não divulgou detalhes sobre o interrogatório. Esta é a segunda vez que o médium é ouvido pela polícia.

Situação atual

  • Ministério Público Estadual de Goiás denunciou João de Deus por violação sexual mediante fraude e estupro de vulnerável no dia 28 de dezembro.
  • O órgão também recorreu de decisão que determina prisão domiciliar de João de Deus por posse de arma, em 29 de dezembro;
  • Médium está preso desde o dia 16 de dezembro;
  • Ele é investigado por estupro, estupro de vulnerável, violação sexual mediante fraude e posse legal de arma;
  • João de Deus já tinha prestado depoimento para a Polícia Civil quando foi preso, e ao MP-GO no dia 26 de dezembro;
  • Esposa do médium foi ouvida pela Polícia Civil no dia 26 de dezembro e disse que não sabia de crimes;
  • Justiça concedeu prisão domiciliar por posse de armas no dia 27 de dezembro, mas ele segue preso por violaçõa sexual. João de Deus teve habeas corpus negado no TJ-GO e STJ e aguarda decisão do STF;
  • Após o médium passar mal na prisão no dia 2 de janeiro, o presidente do Supremo pediu novas informações sobre o estado de saúde de João de Deus à Justiça de Goiás. Juíza Marli de Fátima Naves diz que não havia necessidade de transferência para hospital;
  • Diante dessa informação, o ministro Dias Toffoli pediu novo parecer à PGR, que continuou contrária ao habears corpus.