Ações de conscientização reduzem número de trotes ao Samu em mais de 19%
Serviço registrou, entre 2017 e 2018, uma redução de 128.927 ligações indevidas

Além das inúmeras ocorrências que chegam ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para prestar algum tipo de socorro à população, os profissionais de Alagoas ainda têm que lidar com a prática criminosa dos trotes. Entretanto, graças ao trabalho de conscientização realizado periodicamente, o serviço registrou, entre 2017 e 2018, uma redução de 128.927 ligações indevidas, o que representa uma queda de 19,24%.
No entanto, mesmo com a redução do criminoso, o número ainda continua alto. Das 557.053 ligações recebidas no ano passado pelas Centrais do Samu Maceió e Arapiraca, 310.751 eram trotes, o que representa 55,78% das chamadas para o número 192. Em 2017, o Samu Alagoas recebeu 670.111 ligações, sendo 439.678 trotes, o que representou 65,61%.
Para mudar essa realidade, o Samu Alagoas desenvolve alguns projetos que visam conscientizar a população sobre os prejuízos dos trotes, além de mostrar como é feito o trabalho dos socorristas. Para o major Dárbio Alvim, supervisor do Samu, as ações de aproximação dos profissionais que fazem o Samu e a sociedade, vem fazendo com que o quantitativo de trotes continue caindo.
“Entre os projetos voltados para a sociedade, o nosso carro-chefe é o Samu nas Escolas, em parceria com a Universidade Federal de Alagoas, onde, desde 2014, a equipe do Serviço Social e acadêmicos de Medicina, Enfermagem e Serviço Social vão até escolas públicas e particulares, orientando as crianças sobre primeiros socorros e os malefícios que os trotes causam para a população”, ressaltou o supervisor.
Em Arapiraca, os profissionais do Núcleo de Educação Permanente (NEP) também realizam um trabalho de conscientização sobre o trote nas escolas estaduais e municipais da cidade. Dárbio Alvim também ressalta o “Conheça o Samu”, que leva ações de promoção à saúde, noções de primeiros socorros e orientações sobre o trote à sociedade.
“Nesse projeto, montamos estandes em pontos de grande circulação da cidade como na orla da praia, no centro e shoppings centers. No local, conversamos sobre a rotina dos socorristas, orientamos sobre os trotes e quando se deve acionar o Samu. Também levamos algumas ambulâncias e o helicóptero para que a população conheça o interior das viaturas”, destacou.
Caso as escolas possuam interesse em receber as ações do Samu nas Escolas, em Maceió, basta entrar em contato com o Serviço Social, por meio do número 3315-1165. Para as atividades de conscientização na cidade de Arapiraca, o contato pode ser feito pelo e-mail: [email protected] ou pelo telefone 3530 - 0085.
Filtrando as chamadas
Quando os trotes são feitos para o número 192, o criminoso fala primeiro com os técnicos auxiliares de regulação médica (TARM). Esse profissional é treinado para fazer a triagem das chamadas e identificar os trotes.
A função do TARM é normatizada pela portaria número 2.048/2002 do Ministério da Saúde. Os profissionais são responsáveis por colherem dados básicos da chamada, a exemplo do local, nome do solicitante e qual o tipo da ocorrência.
Atuando há 14 anos nessa atividade, a técnica auxiliar de regulação médica, Joallykiça Oliveira, revela que, durante um plantão de seis horas, ela atende em torno de 75 ligações. Desse total, em média 50% dos chamados são trotes.
“O perfil das pessoas que passam trotes para o 192 na maioria são crianças, mas os adultos não ficam para trás. Com o treinamento que tivemos e com a experiência do dia a dia, conseguimos identificar quando é um trote ou não. Seja por um risinho na fala do solicitante, ou quando a pessoa demonstra uma reação exagerada para uma determinada situação”, salientou.
“Isso nos leva a fazer algumas perguntas, além das exigidas pelo protocolo interno, pedimos para repetir o contato telefônico, o endereço, o nome do solicitante, o nome da vítima. Quando os dados não coincidem, nós desligamos ou o próprio criminoso desliga a chamada”, Joallykiça Oliveira.
A técnica ainda salienta que, em ligações feitas por crianças, nunca podem ser descartadas “de primeira”, pois, pode ser uma chamada real, onde um adulto orientou o pequeno a fazer aquela ligação para pedir o socorro. Então fazemos algumas perguntas, pedimos para que passe o telefone para algum adulto, mas, pelo tom de voz e alguns questionamentos simples, conseguimos saber se é um trote ou não”, evidencia.
Trote é Crime
O trote é um crime que consta no artigo 266 do Código Penal Brasileiro. A pena vai desde o pagamento de multa à detenção, e em caso de calamidade pública a penalidade pode ser duplicada.
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