Presidente da Federação da Indústria de Alagoas é alvo da PF
Carlos Lyra é suspeito de integrar esquema que pode ter desviado até R$ 400 milhões.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (FIEA), José Carlos Lyra de Andrade, é um dos alvos da Operação Fantoche, desencadeada pela Polícia Federal nas primeiras horas da manhã desta terça-feira (19) e que investiga um esquema de lavagem de dinheiro que pode chegar a R$ 400 milhões.
Além de Carlos Lyra, Lina Rosa Gomes Vieira da Silva, Luiz Otávio Gomes Vieira da Silva e Luiz Antônio Gomes Vieira da Silva, também são alvos de prisão temporária da operação que investiga o Sistema S e o Ministério do Turismo. Os suspeitos integram a diretoria da empresa Aliança Comunicação e Cultura que coordena o projeto de reciclagem, o Relix, com ações desenvolvidas em Alagoas, e os nomes teriam vazado à imprensa.
Os contratos tinham natureza de publicidade e também de eventos culturais e teriam sido firmados em 2002. Parte deles superfaturados ou outros tiveram serviços que não eram totalmente executados. Nesse último caso, empresas de faixada eram contratadas, para depois o dinheiro ser repassado ao grupo investigado.
A FIEA nega a prisão de seu presidente e, em declaração à imprensa alagoana, informou que Caros Lyra esteve na Polícia Federal, em Brasília, prestando esclarecmentos.
A Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (Fiea) tem conhecimento de que o presidente da entidade, José Carlos Lyra de Andrade, está na Polícia Federal, em Brasília, prestando esclarecimentos sobre a operação deflagrada na manhã desta terça-feira (19/02). A Fiea não teve acesso à investigação e acredita que tudo será devidamente esclarecido. Como sempre fez, a entidade está à disposição para oferecer todas as informações que forem solicitadas pelas autoridades.
A Polícia Federal não confirmou os nomes dos suspeitos e nem a prisão de nenhum deles. Uma coletiva será concedida à imprensa em Pernambuco, um dos estados envolvidos no suposto esquema.
Da operação
Em Maceió, as equipes da PF cumprem dois mandados de busca e apreensão e um de prisão temporária, no prédio da Casa da Indústria, que fica na Avenida Fernandes Lima, no bairro do Farol. Funcionários estão do lado de fora do edifício e foram impedidos de entrar antes da saída das equipes da PF.
São cumpridos 10 mandados de prisão e outros 40 de busca e apreensão no Distrito Federal, Pernambuco, São Paulo, Paraíba, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Alagoas. Segundo a PF, são investigadas a prática de crimes contra a administração pública, fraudes licitatórias, associação criminosa e lavagem de ativos.
A operação conta com apoio do Tribunal de Contas da União (TCU). A investigação aponta que o grupo costuma utilizar entidades de direito privado sem fins lucrativos para justificar os contratos e convênios diretos com o ministério e unidades do Sistema S que inclui entidades como o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), o Serviço Social do Comércio (Sesc), o Serviço Social da Indústria (Sesi) e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio (Senac).
Leia lista complexo dos alvos de prisão
Robson Braga de Andrade - presidente da CNI
Luiz Otávio Gomes Vieira da Silva - empresário e um dos donos da Aliança Comunicação. Ele já havia sido preso pela PF em 2013, na Operação Esopo
Ricardo Essinger - presidente da Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe)
Francisco de Assis Benevides Gadelha - conhecido como Buega Gadelha, é presidente da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (Fiep-PB). A Fiep-PB afirmou que Buega cumpre agenda em Brasília (DF)
José Carlos Lyra de Andrade - presidente da Federação das Indústrias de Alagoas (FIEA)
Lina Rosa Gomes Vieira da Silva - empresária e publicitária, ligada à Aliança Comunicação
Hebron Costa Cruz de Oliveira - advogado e presidente do Instituto Origami
Jorge Tavares Pimentel Junior - empresário sócio da empresa Neves e
Júlio Ricardo Rodrigues Neves - empresário, sócio da Idea Locação de Estruturas e Iluminação
Luiz Antônio Gomes Vieira da Silva - ligado à Aliança Comunicação