Viral

Funerárias processam pastor acusado de simular ressurreição

Empresas dizem ter sido enganadas por igreja a participar de farsa e querem ser indenizadas por danos à sua reputação

Por BBC News 27/02/2019 18h06
Funerárias processam pastor acusado de simular ressurreição
Vídeo do pastor Alph Lukau em que ele 'ressucita' um homem viralizou na África do Sul - Foto: Alph Lukau/Facebook / BBC News Brasil

Um grupo de diretores de funerárias na África do Sul disse que processará um autoproclamado profeta que afirmou ter ressuscitado um morto.

Um vídeo do pastor Alph Lukau, em que ele aparece gritando "levante-se" para um homem deitado em um caixão, que, em seguida, se ergue e é celebrado por fiéis, viralizou.

As empresas funerárias dizem que foram manipuladas a se envolverem na farsa organizada do lado de fora da igreja de Lukau, próximo a Joanesburgo. O caso foi ridicularizado e criticado por muitos no país.

"Não existem milagres", disse a Comissão para a Promoção e Proteção de Comunidades Culturais, Religiosas e Linguísticas à emissora estatal da África do Sul. "São tentativas de ganhar dinheiro com o desespero do nosso povo."

Funerárias alegam danos à sua reputação

Três empresas funerárias que dizem ter sido enganadas agora estão tomando medidas legais por danos à sua reputação.

A Kingdom Blue, a Kings & Queens e a Black Phoenix disseram à imprensa local que os representantes da igreja os enganaram de diferentes formas.

"Supostos membros da família do falecido" disseram à Kings & Queens que tiveram um "conflito com um outro fornecedor de serviços funerários".

Os clientes também supostamente colocaram "adesivos da Black Phoenix em um carro particular" para parecerem críveis para a Kings & Queens quando foram contratar um carro fúnebre da empresa. O caixão, dizem os diretores de funerárias, foi adquirido da Kingdom Blue.

A igreja de Lukau, a Alleluia Ministries International, não respondeu ao pedido de comentários da BBC.

Caso gerou um debate nacional sobre falsos pastores

O site de notícias Sowetan relata que a igreja recuou em sua alegação de ter realizado uma ressurreição, dizendo que o "morto" já estava "vivo" quando foi levado ao local.