Damares Alves: ‘Abuso não se explica e não se minimiza, se pune’
Damares Alves declarou que foi mal interpretada quando disse que levaria uma fábrica de calcinha para o Pará
A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, abordou a questão do abuso sexual no país, especialmente na Ilha do Marajó, em entrevista ao programa Impressões, da TV Brasil. A entrevista vai ao ar na terça-feira (6).
No fim de julho, uma declaração polêmica de Damares circulou nas redes sociais. A proposta de construir uma fábrica de calcinhas no estado do Pará veio após a mesma declarar que “especialistas chegaram a falar para nós que as meninas da Ilha do Marajó são exploradas porque elas não têm calcinhas.”
A ministra, porém, se explicou e esclareceu que a declaração foi um mal-entendido. “Abuso não se justifica, não se explica, não se minimiza e não se relativiza. Eu rejeito qualquer justificativa para abuso. Abuso é abuso. É o abusador tem que ser contido, tem que ser preso e tem que ser punido.”
Damares alegou que a frase foi retirada de fora do contexto. “Conversando com os agentes envolvidos com o arquipélago, uma autoridade me disse ‘abuso lá é tão grande e há um estudo que falam que um dos motivos de abusar meninas é porque elas são tão pobrezinhas que elas não têm calcinha’”, conta. “Aquilo me irritou demais. Como é que tu vais justificar o abuso por falta de calcinha? Aí em uma reunião eu disse, olha, se o problema da ilha do Marajó é fome, vamos levar comida. Me disseram que o abuso é por falta de calcinha, então vamos levar uma fábrica de calcinha.”
A responsável pela pasta das Mulheres, Família e Direitos Humanos disse não concordar que a violência sexual no Brasil seja cultural. “Por muitas vezes eu recebi o seguinte recado: você nunca vai conseguir resolver o problema do abuso no Brasil porque é cultural. Já existe até alguns pesquisadores querendo defender a tese de que pedofilia no Brasil é cultura. Eu rejeito que pedofilia seja cultura do povo brasileiro.”
“Muitas vezes disseram que lá na Ilha do Marajó, é comum o estupro de meninas, o abuso e o incesto. Incesto não pode ser cultura. Sabe a lenda do boto? Que no passado a gente via falar que lá na região ribeirinha as pessoas acreditavam que o boto engravidava menina? A história do boto é uma grande farsa. Era o pai que engravidava a menina e botava a culpa no boto”, finaliza.
Damares Alves reforçou que “há uma torcida muito grande que este Governo não dê certo” e lembrou que há quinze anos está envolvida com ações de enfrentamento ao tráfico de mulheres que acontece na Ilha do Marajó e casos violência sexual e doméstica contra mulheres e meninas.
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