Prisão de João de Deus, denunciado 13 vezes, completa um ano
Ao todo, mais de 300 mulheres prestaram depoimento ao MP e à Polícia Civil, em casos de estupro que vão de 1973 ao ano passado.
Há exatamente um ano, o médium João Teixeira de Faria, mais conhecido como João de Deus, era preso, após se entregar à Polícia Civil em uma estrada de terra em Abadiânia, no interior de Goiás.
A prisão aconteceu cerca de uma semana após o "Conversa com Bial", da TV Globo, e O GLOBO mostrarem relatos de doze mulheres que diziam ter sido sexualmente abusadas pelo líder religioso.
Famoso pela realização de “cirurgias espirituais”, ele já atendeu políticos, celebridades e altos funcionários públicos do Brasil e do mundo e, desde 16 de dezembro de 2018, está preso no Complexo Penitenciário de Aparecida de Goiânia.
Em um ano, João de Deus foi denunciado 13 vezes pelo Ministério Público de Goiás — duas delas por posse ilegal de armas. As outras 11 envolvem 57 vítimas cujos crimes de abuso sexual não prescreveram.
Ao todo, mais de 300 mulheres prestaram depoimento ao MP e à Polícia Civil, em casos de estupro que vão de 1973 ao ano passado.
A promotoria de Goiás, que centraliza as denúncias, considera este o maior caso de abuso sexual do Brasil, quiçá do mundo, por conta do espaço de tempo dos casos denunciados — 45 anos — e do número de vítimas — 319, entre as prescritas e não prescritas registradas até agora pelo MP.
Estima-se que, somado este número ao de mulheres que não procuraram a Justiça — entre outras razões, por temer retaliações —, a quantidade de vítimas chegue a quatro dígitos.
MP e polícia ainda recebem denúncias
A força-tarefa criada há um ano para investigar as denúncias veiculadas pelo "Conversa com Bial" e pelo GLOBO não foi desmobilizada, e tanto o Ministério Público quanto a Polícia Civil de Goiás ainda recebem mulheres que dizem ter sido abusadas por João de Deus.
Das 11 denúncias por crimes sexuais feitas até agora, duas estão prontas para julgamento, segundo o promotor Luciano Miranda Meireles. Ele diz esperar que ao menos uma sentença saia ainda neste ano.
Das duas denúncias já enviadas à Justiça sobre outros crimes, uma sentença já foi dada, há um mês: João Teixeira de Faria foi condenado a quatro anos de prisão em regime aberto, por posse ilegal de armas de fogo. Sua mulher, Ana Keyla, em cuja gaveta de calcinhas foi encontrada uma arma, foi absolvida. O MP deve recorrer.
Há cerca de duas semanas, quando a publicação das primeiras reportagens completou um ano, o advogado de defesa do médium, Anderson Van Gualberto de Mendonça afirmou que “João de Deus mantém a sua versão inicial sobre os fatos: não praticou crime sexual contra nenhuma mulher”.
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