Vendas de vestuário caem 82% durante a pandemia em Alagoas
Segundo Sefaz, apesar de queda no setor de varejo, indústria está em expansão

Os efeitos da restrição do comércio, como medida para conter o contágio pelo coronavírus em Alagoas são flagrantes. Comerciantes e empresários do setor de serviços protestam e pressionam pelo retorno às atividades e o balanço feito pela Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz) traduz, em números, a preocupação desses setores.
O comércio de vestuário sofreu uma queda de 81,9% e eletrônicos, lojas de departamento e magazines, a redução das vendas chegam a 80%, puxando a queda do setor de varejo em geral, que chega a 13,27%. Esses percentuais, de acordo com o secretário George Santoro, foram obtidos por meio de análise das notas fiscais eletrônicas emitidas na primeira quinzena de maio, em comparação com o mesmo período do ano passado. É importante frisar que, em outros anos, a primeira quinzena de maio, em decorrência do Dia das Mães, é o segundo melhor período do ano de vendas para esses setores.
Outros setores de vendas também tiveram queda, como veículos (-31,1%) e combustível (-20,9%), apesar da queda do preço da gasolina nas refinarias ter chegado - não com o mesmo percentual - nos postos de combustíveis e a queda de praticamente um terço na venda de veículos, comparada com a primeira quinzena de maio do ano passado, aconteceu já depois de as concessionárias de veículos terem permissão para abrir as portas em Alagoas. De acordo com o governador, esse tipo de comércio não envolve a aglomeração de pessoas e, por conta disso, não influenciaria nas estatísticas de casos de covil-19 no Estado.
A redução desses dois setores se devem ao fato de as pessoas que possuem veículo estarem se deslocando menos, e também devido o receio de contrair financiamentos e empréstimos em período de crise econômica.
Por outro lado, de acordo com a Sefaz, as atividades atacadistas tiveram uma alta de 16% no período, com destaque para a venda de produtos de limpeza, que subiu 90,3%, categoria que inclui desinfetantes, álcool em gel e água sanitária, e de alimentos (+32%), uma vez que muitas pessoas passaram a fazer feiras maiores e menos vezes por mês. As estatísticas da Sefaz informam ainda que houve alta de 51,6% em insumos agropecuários.
Enquanto isso, a indústria teve uma expansão geral de 5%. A cadeia químico-plástica teve um desempenho 20,1% melhor que o mesmo período do ano passado, e o setor de alimentos uma performance positiva de 3,2%.
Conforme o secretário estadual da Fazenda, George Santoro, atualmente cerca de 80% do PIB de Alagoas segue com poucas restrições de funcionamento. Mas mesmo assim, o Estado está elaborando um plano com o objetivo de retomar o crescimento dos setores econômicos que amargam prejuízos neste período.
“Estamos em discussão com os setores econômicos e esta semana tivemos a criação de três grupos de trabalho para o estabelecimento de protocolos de funcionamento. Temos que ter claro que o modo de vivermos continuará a ser afetado significativamente nos próximos meses. Desta forma, precisamos nos adaptar com segurança e foco”, afirmou, ressaltando que não basta apenas permitir a reabertura dos estabelecimentos e a retomada de serviços para que a população volte a consumir. Por conta disso, de acordo com ele, apesar de considerar válido o apelo dos empresários, é necessário construir um cenário em que o consumidor se sinta seguro em frequentar esses espaços.
“Acho válido [o apelo dos empresários], mas a reabertura merece ser cotejado com a saúde pública, só assim transmitiremos tranquilidade e segurança para o retorno das atividades. Temos que construir protocolos com os segmentos econômicos e também comunicar bem. Precisaremos que a população alagoana ainda mais valorize seus produtos e seus empreendedores locais, ser bairristas e defender nossos valores e empresas”, concluiu.
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