Empresas investigadas por fraude de respiradores para AL não têm registro na Anvisa
Alagoas foi um dos oito estados do Nordeste atingindo pelo esquema fraudulento

Na manhã desta terça-feira (2), a Anvisa informou que as empresas investigadas por fraude no fornecimento de respiradores para estados do nordeste, incluindo Alagoas, não têm registro do órgão.
São investigadas a Hempcare, que fez as negociações da venda, e a Biogeoenergy, que foi inserida ao longo do processo de negociação, além de ser a suposta fabricante de respiradores.
Em nota, divulgada à impensa, a Biogeoenergy relatou que não havia respiradores prontos para comercialização já que a certificação da Anvisa ainda não havia saído. A empresa salientou também que o equipamento passou por testes que garantiram a qualidade do respirador e que aguardava trâmites burocráticos do órgão federal.
A Hempcare foi procurada e informou que o registro seria feito apenas por parte da Biogeoenergy, já que ela é a fabricante dos respiradores.
No entanto, a Anvisa destacou que não havia sido localizado o protocolo de submissão para solicitação de registro de ventiladores pulmonares por parte das empresas Hempcare ou Biogeoenergy, sendo assim, de acordo com a Anvisa, não há nenhum pedido em análise ou qualquer tipo de trâmite.
Esse protocolo, conforme explica o órgão, é um dos primeiros passos para a certificação de um produto.
A empresa Hempcare fez uma negociação da venda de 300 respiradores ao Consórcio Nordeste, que representa os estados da região.
Foram adquiridos 60 respiradores para a Bahia e 30 para cada um dos outros oito estados, incluindo Alagoas. Ao todo, a compra custou R$ 48,7 milhões ao Consórcio.
Os respiradores deveriam ser entregues nos dias 18 e 23 de abril, primeiro e segundo lote respectivamente. Houve atraso da entrega, e a empresa alegou que os respiradores comprados na China estavam quebrados.
Diante do cenário, o Consórcio estipulou 15 de maio como data limite. De acordo com as investigações, as vésperas do vencimento da entrega, a empresa informou que não teria como entregar os equipamentos e ofereceu a entrega de respiradores fabricados no Brasil por outra empresa, uma parceira, a Biogeoenergy.
O Consórcio, aponta a investigação, não aceitou o acordo e solicitou a devolução do dinheiro. No entanto, a quantia não foi devolvida.
Diante dos fatos, a Justiça, então, foi acionada pelo Consórcio que determinou o bloqueio dos bens da empresa Hempcare, conforme publicado no Diário Oficial do Estado (DOE), da Bahia, na última sexta-feira (29).
Nessa segunda-feira (01), foi realizada a operação que cumpriu 15 mandados de busca em Salvador, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Araraquara (SP), além de três prisões.
A dona da Hempcare, Cristiana Prestes, e o sócio dela, Luiz Henrique Ramos, foram presos em Brasília. Já o empresário Paulo de Tarso, também investigado na fraude foi preso no Rio de Janeiro. Ainda na segunda-feira, quando ocorreram as prisões, eles foram encaminhados para Salvador, onde serão ouvidos.
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