É falso que vitamina D cure ou previna a Covid-19
O Ministério da Saúde e várias entidades médicas emitiram nota afirmando que é falsa a informação
Circula nas redes sociais de Alagoas um vídeo em que um homem apresenta a gravação de uma suposta médica afirmando que a verdadeira causa da Covid-19 é a falta de sol. A informação é falsa.
Nas imagens, a pessoa mostra um suposto estudo que correlacionaria os casos do novo coronavírus com os níveis de vitamina D no organismo. “A vitamina D acima de 80 a pessoa nem sequer percebeu que tinha pego o vírus, mas todos os casos que tinham vitamina D abaixo de 17 morreram. O que significa isso? Que nossa verdadeira pandemia mundial é a falta de sol”, diz a mulher no vídeo com informações falsas.
Ainda no vídeo, um professor da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) é citado como suposto autor do estudo, no entanto a única publicação da instituição sobre o tema é um artigo de opinião do docente, que não pode ser considerado um estudo científico.
O Ministério da Saúde considera falsa a informação. “Até o momento, não há nenhum medicamento específico ou vacina que possa prevenir a infecção pelo novo coronavírus”, informa o ministério.
Em abril, a Associação Brasileira de Endocrinologia e Metabologia e a Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo emitiram uma nota conjunta repudiando recomendações da utilização de altas doses de vitamina D como estratégia de combate ao novo coronavírus.
De acordo com as instituições médicas, não existe nenhum estudo clínico randomizado que demonstre uma relação de causa e efeito entre os níveis de vitamina D no organismo e o novo coronavírus, não havendo qualquer benefício no uso de vitamina D para prevenção ou tratamento da doença.
“Dessa forma, reforçando o compromisso da SBEM e da ABRASSO com a divulgação de informações corretas, relevantes e com respaldo científico, reprovamos de maneira veemente qualquer profissional ou associação que tente se aproveitar deste momento de crise para divulgar notícias ou posicionamentos distorcidos, desprovidos de respaldo científico e com possível impacto deletério para a saúde da população brasileira”, conclui a nota.