Nexxo traz de volta o melhor da cena musical de AL dos anos 90
Banda está em estúdio preparando o projeto “Lado A, Lado B"
Da mistura de três bandas do bairro de Jacarecica que tocaram Rock’n Roll nas principais casas de shows de Maceió nos anos 80 e 90, nasce, mais de trinta anos depois, a Nexxo.
A banda é composta por Marcus Toledo (voz e violão), Gaspar Lopes (voz), Renato Morais (guitarra), David Lopes (baixo) e Enio Bolivar (bateria), músicos que fizeram barulho na cena musical alagoana no passado.
Agora, em um cenário completamente diferente, a nova banda já lançou o EP “De quase tudo um pouco”, que, como o próprio nome diz, tem rock, reggae, balada e blues; três videoclipes foram lançados e o grupo está em estúdio preparando o projeto “Lado A, Lado B”.
Em entrevista ao 7Segundos, o vocalista Marcus Toledo contou que a ideia de voltar surgiu de um café de reencontro. Na verdade, de dois. Em 2017, houve a primeira conversa com alguns dos ex-integrantes das bandas com o único objetivo de “tirar um som”. Em 2018, em um segundo café, a ideia tomou corpo.
“Como era a mistura das três bandas, no início a gente tinha três bateristas e três baixistas. Fomos assimilando, comprando equipamentos caros e ficamos só em seis pessoas. Foi então que propus fazer a Nexxo baseada na experiência do que foi Máfia Nordestina”, disse.
Máfia Nordestina foi uma das três bandas que surgiu no bairro de Jacarecica em 1986. Todas influenciadas por assistir, através da televisão, Freddie Mercury, Iron Maiden, AC/DC e outros subirem aos palcos da primeira edição do Rock in Rio em 1985. Porém, a “Máfia” teve vida mais longa e quase assinou contrato com a Sony Music duas vezes.
Baseada na experiência dessa banda [que quase “chegou lá”], o grupo, agora com cinco integrantes, se prepara para lançar o projeto “Lado A, Lado B” em novembro. O lado “A” terá seis músicas de rock e blues e o lado “B” seis baladas mais dançantes.
Máfia Nordestina
Quando o primeiro contato com a Sony aconteceu, a Máfia Nordestina ainda se chamava “Segredo de Estado”. Depois que o grupo enviou um material para inúmeras gravadoras, a Sony entrou em contato e chegou a enviar um produtor musical para conversar e até assistir um dos shows deles escondido.
Marcus Toledo conta que o grupo resolveu mudar depois da visita. “A grande jogada era o visual. A gente entrava usando roupas de mafiosos italianos e com chapéu e sandália de cangaceiro”.
Com o nome e visual novos, o objetivo era focar no autoral. Eles gravaram um show com diversas músicas autorais em um teatro. O vídeo da apresentação e uma camiseta da banda foram distribuídos para diversos contatos e gravadoras. Quando a “Máfia” abriu um show do Fagner na Orla de Maceió, o cantor foi mais um dos que recebeu o kit.
Foi por meio de Fagner que o segundo contato com a Sony Music aconteceu. Com o kit em mãos, um dos diretores da gravadora pediu que o grupo corresse para um estúdio e gravasse mais. Em seguida, veio o tão sonhado convite para uma reunião no Rio de Janeiro no ano de 2001.
“A gente se reuniu em uma sala de audição que era para já contratados. A reunião durou cinco horas. Conversamos com o pessoal da divulgação, do marketing. Quando acabou, eu cheguei para o Boliva [baterista] e disse ‘conseguimos’. Saímos de lá nas nuvens”, relembrou.
Segundo Toledo, a Máfia Nordestina era a primeira que seria analisada para o novo casting da Sony Music. Eles voltaram para Maceió e dias se passaram até que receberam a resposta de que um dos diretores artísticos não tinha concordado. A banda acabou três meses depois.