Veleiro não comparece em audiência e está a caminho de perder concessão
O sindicato aponta pendências trabalhistas de 150 funcionários de atuam nas linhas de Maceió e Rio Largo

Trabalhadores da Veleiro Transportes e Turismo LTDA ficaram sozinhos na mesa de negociações na tarde desta terça-feira (18) na Justiça do Trabalho quando nenhum diretor ou advogado da empresa apareceu.
Essa é a terceira audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho em Alagoas (TRT/AL) em que ninguém da empresa aparece.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Alagoas (Sinttro-AL), Hernando José dos Santos, informou que além deles, estava presente o promotor da 2ª Promotoria de Justiça de Rio Largo, Magno Alexandre, levando as reclamações da população.
O sindicato aponta pendências trabalhistas de 150 funcionários de atuam nas linhas de Maceió e Rio Largo que foram demitidos após rejeitarem a proposta de parcelamento dos salários em 10 vezes.
Uma das informações circulada na reunião é que devido a situação a Veleiro pode perder a concessão das linhas intermunicipais.
Na noite desta segunda-feira (17), a empresa emitiu a seguinte nota:
"Em atenção ao convite para participar de reunião no dia 18/08/2020, a empresa Veleiro vem pelo presente narrar os fatos e ao final expor os motivos para não participar da mesma.
O serviço ficou totalmente paralisado por 5 meses e retornou de forma reduzida somente no final de julho.
A empresa vem cumprindo rigorosamente as ordens de serviço da ARSAL e vem transportando aproximadamente 30% do que transportava.
Com a paralisação, a empresa foi obrigada a demitir alguns funcionários para manter o serviço e os demais empregos.
Infelizmente, as pessoas que foram demitidas passaram a realizar uma campanha contra a Veleiro. Os ataques passaram de reclamações para atos de vandalismo, com depredação, graves ameaças de violência, com envio de mensagens de ódio para a empresa e o sócio desta. Houve casos de envio de mensagens com caixões, outros com arma, um ônibus chegou a ser cravejado de balas, houve casos de injúria, calúnia, difamação, falsidade ideológica, uso de documento falso, interrompimento ilegal de transporte coletivo, descumprimento de decisões judiciais, desacato, outros ônibus foram depredados, um empregado recebeu uma pedrada e foi socorrido e houve várias outros danos.
O sindicato estimulou os demitidos e prometeu a estes empregos em outras empresas, as quais também estão demitindo.
Ocorre que todas as empresas de ônibus no país passam por graves dificuldades. Aqui em Alagoas não é diferente. Teve empresa que simplesmente fechou as portas com a pandemia. Para se ter ideia do problema: as empresas de ônibus de Maceió devem mais de R$ 100 milhões só de ISS.
Estranhamente o sindicato só vem fazendo campanha contra a Veleiro e somente propondo procedimentos contra a mesma. Hoje a empresa não tem salários e nem ticket alimentação atrasados. Por outro lado, as demais empresas de ônibus de Maceió estão com salários e ticketes alimentação atrasados e o sindicato não fala nada sobre isso.
Outrossim, o próprio sindicato dos rodoviários formalizou 3 convenções emergenciais com o sindicato patronal concordando com demissões dos rodoviários, com o pagamento parcelado e com quitação do contrato do trabalho.
O sindicato vem defendendo interesse empresarial de outra(s) empresa(s).
Muito estranho o sindicato dos rodoviários ter solicitado a participação da SMTT de Maceió, da ARSER, da promotoria da fazenda pública municipal de Maceió/AL e da promotoria de Rio Largo/AL, uma vez que nenhum destes têm competência para tratar do transporte intermunicipal.
Com efeito, as questões apresentadas já estão sendo debatidas judicialmente, o que torna sem sentido a mediação.
Desta forma, com todo respeito à Desembargadora Presidente, aos servidores do TRT19, ao MPT19 e ao MPE, mas a empresa Veleiro entende que a mediação é inócua.
Atenciosamente,
Veleiro "
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